domingo, 27 de novembro de 2016

De volta à seleção, Gabi Zanotti festeja sucesso no futebol chinês

23/11/2016 - 19h09 - Atualizado em 24/11/2016 - 00h15
Autor: Jaider Miranda | jmiranda@redegazeta.com.br

Destaque do Tianjin, campeão chinês na temporada, meia capixaba elogiou a nova técnica da seleção e falou sobre sua vida na Ásia

Gabi Zanotti já tinha o seu fim de ano programado. Após uma primeira temporada de sonhos no futebol chinês, onde conquistou o título nacional com a camisa do Dalian Quanjian, a meia-atacante capixaba já se preparava para desfrutar as merecidas férias quando teve uma grata surpresa: ela voltou a ser convocada para a Seleção Brasileira feminina, agora sob o comando da nova treinadora, Emily Lima, para a disputa do Torneio de Manaus, de 7 a 18 de dezembro.
Foto: Arquivo Pessoal
Gabi Zanotti tem feito sucesso no Dalian Quanjian e está feliz no futebol da China
Aos 31 anos, ela não esperava mais ser convocada, principalmente após ficar de fora da lista de convocadas pelo então técnico Vadão para a disputa da Olimpíada do Rio. Com divergências com o comando da CBF, Gabi achava que sua história na Seleção tinha acabado. No entanto, agora com nova treinadora, Gabi acredita que pode contribuir para essa nova fase do futebol feminino, que terá pela primeira vez uma mulher no comando da seleção.
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"Como não fui chamada nas convocações anteriores do Vadão, muitos falavam que eu não voltaria mais. Na minha cabeça eu já estava de férias após o fim da temporada na China. Mas estou muito feliz de retornar a seleção e agora escrever uma nova história, fazer parte de um novo ciclo", diz a capixaba, que elogia a nova treinadora.
"Já conhecia a Emily, mas nunca trabalhamos juntos. Mesmo assim, só ouvi coisas boas dela. Ela tem bastante experiência de clubes e passou pelas seleções de base. O fato de ser uma mulher facilita na relação porque ela é ex-jogadora, atuou fora do Brasil, e conhece de perto das as dificuldades que as atletas passam, as carências da modalidade. E ela tem uma visão moderna do esporte, o que é importante".
Mesmo sem ter ido a Olimpíada, Gabi sentiu de longe a tristeza pela eliminação da equipe de Marta e companhia na semifinal frente a Suécia, que pôs fim ao sonho do inédito ouro. "Talvez tenha faltado analisar o jogo, a seleção ter um plano B para furar a defesa da Suécia. Mas prefiro ressaltar o brilhante trabalho que a treinadora delas (Pia Sundhage) fez, criando um jogo que favorece o time dela e anulando qualquer chance do Brasil de fazer gol".
Projeto ambicioso do Quanjian
Gabi chegou a China no começo do ano para compor o ambicioso projeto do empresário Shu Yuhui, dono da Quanjian, empresa que passou a investir pesado no futebol chinês tanto no masculino, com o time da cidade de Tianjin, como no feminino, sediado em Dalian. Enquanto ela e as compatriotas Debinha e Fabiana chegavam para ser as estrelas do time feminino, entre os homem o clube apostava em nomes como Luis Fabiano, Jadson e o treinador Vanderlei Luxemburgo.
Foto: Reprodução
Jadson, Fabiana, Debinha, Geuvânio, Gabi Zanotti e Luis Fabiano: os brasileiros do projeto Quanjian
Enquanto a equipe do Fabuloso venceu a segunda divisão, as meninas conquistaram o título inédito no feminino, colocando fim a hegemonia do Shangai, principal time do país. O Dalian ainda chegou em outras duas finais, sendo vice-campeão na Copa da China e na Copa dos Campeões.
"Espero que essas conquistam ajudem a abrir as portas para novas jogadoras brasileiras. O presidente do clube percebeu que o investimento em jogadoras estrangeiras teve retorno", afirma Gabi, que mesmo após nove meses na Ásia e estando bem adaptada ao país, garante que a China ainda a surpreende, apesar de já ter jogado antes um ano na Coreia.
"Me adaptei mais rápido do que esperava. Mas é um país de comportamento totalmente diferente. Mas todo momento que tive de folga passei viajando e conhecendo o país para me inteirar da cultura deles. A Ásia não é apenas do outro lado do mundo, ela é realmente outro mundo", brinca a capixaba, que garante já estar relativamente preparada para a exótica culinária do país.
Renovação de contrato
Ainda sem contrato definido, já que assinou apenas por uma temporada, a capixaba espera poder acertar a renovação de seu vínculo com o Tianjin. "Vamos conversar após as minhas férias. Eles queriam um contrato de dois anos, mas preferi apenas um - com possibilidade de prorrogação - para ver como seria minha adaptação. Eu gostaria de permanecer, mas isso não depende apenas de mim. Tem que ser conversado".
Vídeo: Gabi Zanotti marcou um gol logo em seu jogo de estreia pelo Tianjin
Nem mesmo o fato de ter que atuar em outra posição no time chinês, mais recuada, não foi visto como um problema. "Sou meia-atacante, jogo mais perto do gol, mas o técnico pediu para que eu atuasse como volante. No começo não gostei muito, mas hoje estou acostumada. Jogar em mais de uma posição também conta a meu favor nessa minha volta a seleção", relembra.

Fonte: www.gazetaonline.com.br/esportes

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