quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Portelenses acreditaram em boa colocação e não deixaram a quadra

Escola encantou a Sapucaí, mas terceiro lugar não desanimou moradores de Madureira

O DIA
Rio - Na imagem de São Jorge posicionada em uma mesa bem à frente da bancada de apuração, a esperança dos integrantes da Portela alimentava o sonho do fim de um longo jejum de títulos, que se arrastava por 31 anos. No entanto, já no terceiro quesito de notas, quando a escola perdeu três décimos em Alegorias e Adereços, a conformidade entrou em ‘quadra’ e atravessou o samba da Azul e Branca.
A escola que fez um desfile contagiante e a Sapucaí cantar com o belo samba sobre os 450 anos do Rio, perdeu ainda preciosos décimos em Evolução (3), Comissão de Frente (2), Mestre-sala e Porta-bandeira (1) e Bateria (1). Por fim, o retorno ao desfile das campeãs foi compreendido como uma direção a ser seguida na retomada ao topo do Carnaval.
Com a mesma pontuação da Grande Rio (3ª) e Unidos da Tijuca (4ª), a Portela terminou em quinto lugar devido ao critério de desempate: perdeu três décimos em Evolução. “Não era o resultado que a gente queria, mas vamos continuar em busca do título no ano que vem”, ponderou o presidente da agremiação, Serginho Procópio.
Não foi apenas a imponente águia simbolizando o Cristo Redentor que encantou na Portela; o samba da escola foi o preferido do público
Foto:  André Luiz Mello / Agência O Dia
Para o vice, Marcos Falcon, a hora é de cautela para avaliar erros e acertos. “A gente tem que entender as justificativas das notas. Nem sempre a avaliação dos jurados demonstram a realidade na qualidade do trabalho. O público interagiu com a Portela através da emoção, mas não é ele quem julga. Vamos com calma sobre possíveis mudanças. O que move a vida é o desafio. O show tem que continuar”, afirmou Falcon, ressaltando que já recebeu três propostas para o próximo enredo, mas ainda não pensou sobre o assunto. 
Apesar de não ter conseguido o título, os portelenses vibraram com o resultado da apuração até o fim e não deixaram a quadra enquanto não saiu a última nota. Presidente da ala das baianas, Jana Carla, de 49 anos, era uma das que mais torciam pela vitória que não veio. “Achei que merecia o 10 em alegoria e bateria, mas a gente respeita o jurado. Estamos orgulhosos do nosso trabalho e acredito que, ano que vem, brigaremos ainda mais forte pelo título”, disse.
Um dos fundadores da escola, Waldir de Souza, 59 anos, não escondeu a insatisfação em alguns quesitos. “Tem umas notas que não consigo entender. Estou acostumado a ganhar mais carnavais do que perder. Mas cada escola faz seu trabalho e estamos orgulhosos de ter chegado perto. É um renascimento da Portela”, enfatizou Waldir.
    Tags: Portela , Madureira , quadra

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