quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Eterna globeleza, Valéria Valenssa revela como foi demitida da Globo

No livro 'Valéria Valenssa, uma vida de sonhos', mulata conta como enfrentou a depressão após sair da emissora. 'Esse Deus em que eu creio me tirou da depressão', afirma

O DIA
Valéria Valenssa e o marido Hans Donner em festa de lançamento do livro da eterna Globeleza
Foto:  Ag. News
Rio - Eterna Globeleza, Valéria Valenssa lançou um livro nesta terça-feira para falar sobre sua trajetória à frente das vinhetas de Carnaval da TV Globo. Na obra, a mulata, que sambou na telinha entre 1990 e 2005, conta como foi demitida da emissora. Intitulado “Valéria Valenssa, uma vida de sonhos”, o livro, escrito por Laura Bergallo e Josiane Duarte, é uma publicação da Editora Tinta Negra.
“Quando cheguei lá, de cara eles disseram assim: ‘Valeria, queremos te dispensar porque o Brasil tem muitas mulheres bonitas. Vamos te substituir’. E o Hans (Donner, o marido) do meu lado. Nessa época, ele era diretor do departamento que tinha me contratado, mas não estava ciente do que o comitê tinha resolvido, não tinham passado nem para ele. Ele ficou tão nervoso! Já eu, não tive reação. Eu não estava preparada”, conta a mulata na obra.
No capítulo “O preço do sucesso e o que vem depois”, Valéria conta que estava completamente fora de forma após o nascimento do seu segundo filho. “(...) Eu tinha me programado com o Hans para ainda fazer mais dois anos a Globeleza. Mas, naquela época, eu estava completamente fora da minha estética. Por causa dos filhos, engordei 27 quilos. Estava com 70 quilos, e, quando eu fazia a vinheta de Carnaval, pesava 49", revela.
A globeleza conta também que entrou em depressão quando foi chamada para gravar a vinheta de passagem de seu posto para a substituta Giane Carvalho. "Me sacrifiquei demais, coloquei prótese, emagreci, fiz lipoaspiração. Mas eu não sambei como ela. Eu queria mostrar que ainda podia fazer o trabalho e encerrar tudo de uma forma elegante. Mas infelizmente não adiantou. Ainda desfilei na Portela, mas depois não fiz mais nada... e mergulhei mais ainda no fundo do poço”, revela.
Outro parte que chama atenção dos leitores aborda a crise que ela enfrentou no casamento, que ficou balançado devido à depressão. Ela afirma que passou a cobrar demais do marido  Hans Donner pois pensava que ele é quem se recusava a colocá-la de novo no posto de globeleza.
Vídeo:  Valéria Valenssa em vinheta do Carnaval de 1994
“Entrei em depressão. Fiquei seis meses sem sair de casa. Estava muito triste. Minha agente ainda queria que eu cumprisse alguns compromissos, que fizesse alguns eventos que já estavam marcados, mas eu não tinha condições. Eu nunca quis vender mentira para as pessoas. Eu não estava bem. Ela teve de desmarcar. Foi uma barra. Eu chorava, cobrava do Hans. Achava que ele tinha uma posição lá dentro e que poderia reverter a situação, que poderia fazer alguma coisa por mim. (...) Comecei a brigar muito com ele, coisa que nunca tinha acontecido antes. Fiquei completamente fora do ar. Foram mais de seis meses assim, cobrando diariamente do Hans. Ligava para ele na Globo, perguntando se não ia falar com ninguém. Fiquei descontrolada, sem chão, ainda mais pela maneira como tudo foi feito. (...) Ele nunca levantou a voz para mim. Foi compreensivo o tempo todo, ficou do meu lado, esteve comigo em todos os momentos. Se fosse outro, teria ido embora. Ele foi um superamigo, marido e pai. (...) Naquele momento, eu achava que a vida não tinha sentido. Os meninos me alegravam, me distraíam. Mas a depressão era profunda. Até eu cair na realidade de que a família era o mais importante, demorou um tempo. Foi um período difícil. Eu estava descontrolada. Foi um momento em que eu me sentia realmente no fundo do poço e não conseguia ver solução. Os meninos eram meu único alento", conta.
Valéria Valenssa encantou telespectadores com vinheta de Carnaval entre 1990 e 2005
Foto:  Reprodução
Apos a tempestade, revela, encontrou a bonança na religião. Foi em 2005, quando ela viajou com os filhos para Campos do Jordão, em São Paulo, a convite de uma revista. “Eu estava sozinha no quarto, arrumando as malas. A televisão estava ligada num programa religioso, e comecei a ouvir o testemunho de vida de uma família. Parei para assistir, e aquela cena me tocou profundamente. Me fez pensar: estou em Campos do Jordão, tenho tudo, mas não tenho um terço da felicidade dessa família. O que eles diziam me chamou muito a atenção. Com aquilo me martelando a cabeça”, conta.
A mulata conta que foi num culto evangélico, também frequentado por funcionários da Globo, que "esse Deus em que eu creio me tirou da depressão".  “Cantaram um louvor lindo. Eu comecei a chorar. Não conseguia parar. Fiquei preocupada com o que os funcionários da Globo iriam pensar. Mas, de repente, esquecia tudo. Parecia que ali só estávamos eu e Deus. Não sei bem o que aconteceu, mas foi surpreendentemente especial. Quando o culto terminou, o pastor veio falar comigo, me perguntar se eu estava bem. Eu respondi que tinha entrado lá de um jeito e estava saindo outra pessoa. E disse a ele que queria conhecer aquele Deus. Ele me falou para voltar na segunda-feira seguinte. E assim comecei a frequentar essas reuniões, todas as segundas-feiras. Eu lia a Bíblia, orava sozinha, orava com os meninos em casa. Foi natural a forma como Deus agiu na minha vida. Esse Deus em que eu creio me tirou da depressão”, diz.

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