segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cruzeiro, um modelo para todos

Cruzeiro, um modelo para todos

Com Marcelo Oliveira no comando, time mineiro vence seu segundo Brasileirão consecutivo de forma antecipada

MÁRCIO GUEDES
Rio - Em um ano em que o futebol brasileiro regrediu, em que houve um inacreditável vexame na Copa e em que o campeonato mostrou um estilo quase sempre ultrapassado, o Cruzeiro salvou a pátria. E a própria tradição de um futebol pentacampeão. O tetra nacional conquistado ontem, mas há muito anunciado, apenas confirmou que o time de Marcelo Oliveira correu solto na raia, sem competidores à altura.
E o título ainda teve um sabor extraordinário porque veio com o incrível desgaste de duas competições paralelas em meio a um calendário ultrapassado. A conquista antecipada exigiu esforço supremo e, nesse jogo contra o Goiás, por exemplo, houve nítida superação de todos. Mérito para o talento de Willian, Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, do excelente goleiro Fábio e de um grupo muito focado.
Com um elenco de qualidade e numeroso, Marcelo executou um esquema quase sempre ofensivo e de velocidade, que pode servir de modelo para o novo futebol brasileiro. E também um exemplo para os debilitados clubes do Rio.
Há dois anos a frente do Cruzeiro, Marcelo Oliveira conseguiu seu segundo título Brasileiro seguido
Foto:  Reuters
FOI POUCO
O torcedor tricolor acostumou-se, nos últimos anos, a ver no seu time garra e qualidade técnica. Ontem viu alguma determinação e, mesmo assim, só na etapa final. A atuação de modo geral foi fraca, de um time desgastado que, no primeiro tempo, mostrou a conhecida lentidão e os erros pontuais na defesa. Tentou a virada quase impossível, mas ainda valeu-se do recuo do Sport e do oportunismo de Fred para o empate no fim. Mas isso não compensou o prejuízo do péssimo resultado.
TUDO INÚTIL
Vanderlei Luxemburgo escapou da confusão do rebaixamento e se meteu em outra. O Flamengo perde tempo e esforço em jogos que já não valem nada contra adversários fracos em contexto de muitas mudanças que não deixam o treinador ou o torcedor concluírem muito sobre o futuro. Essa nova confusão de fim de ano só consegue irritar pelos tropeços e pela constatação de que a grandeza do clube não merecia isso.Na pelada de ontem contra o lanterna, a bola foi castigada.
SEM ENTUSIASMO
A mídia, com todas as razões, saudou e valorizou a volta do Vasco à Série A e não há dúvida de que o espetáculo de um Maracanã festivo com a enorme torcida foi de arrepiar. Mas, infelizmente, aconteceu tudo o que se previa. Não só o acesso que estava praticamente definido, mas, também, outra atuação pífia. A torcida não engoliu e chiou. Com todo o apoio e motivação, o time empacou. Poderia até ter perdido. Esse grupo não tem jeito. Precisa mudar quase tudo em 2015.
ORGULHO DO RIO
Poucos acreditavam, mas o bravo Macaé do artilheiro João Carlos voltou de Belém com o título da Série C. Jogou uma partida sensacional, com garra impressionante e perfeita estratégia do excelente treinador Josué Teixeira. Foi o melhor jogo do ano na competição, com casa cheia e muita emoção. No fim das contas, com os grandes do Rio pagando mico em diferentes contextos, o título nacional de um time modesto serve como consolo e lição de um estilo competivo.
A EMOÇÃO, QUEM DIRIA, FICOU POR CONTA DE FELIPE MASSA
Quem poderia imaginar que, na briga da F-1 entre Hamilton e Rosberg, seria Felipe Massa quem proporcionaria os lances de maior emoção? Bem antes do fim, Rosberg já estava sem chances e Massa passaria a ser protagonista junto com o campeão. Liderou um bom tempo e criou a ilusão de que poderia vencer. Mas o tempo era escasso para recuperar o atraso pela troca de pneus. Foi um brilhante fim de temporada e abriu possibilidades de um futuro próximo disputando títulos.

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