segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Sporting-Belenenses, 1-1 (crónica)

Candidatos ao título?

Por Ricardo Gouveia       13 de Setembro às 22:23
Sporting-Belenenses, 1-1 (crónica)
Quarta jornada, terceiro empate, primeiros pontos perdidos em Alvalade. Assim é difícil acreditar na candidatura de Bruno Carvalho ao título. É verdade que o Belenenses concentrou-se sobre a sua baliza com duas linhas defensivas, mas também é verdade que a equipa de Marco Silva, apesar de esforçada, não teve argumentos para consumar a reviravolta e só chegou ao empate com um erro tremendo do adversário. Crise em Alvalade, com o jogo a acabar ao som de assobios.

Confira a FICHA DO JOGO

Não é a primeira vez. O Sporting voltou a sentir tremendas dificuldades perante uma defesa fechada como o Belenenses apresentou esta noite em Alvalade. Já tinha acontecido com o Arouca em que os leões só conseguiram desbloquear o marcador em tempo de compensação. Esta noite nem isso.

Lito Vidigal apostou em duas linhas defensivas, com Nélson a ajudar Palmeira a fechar o flanco direito, Miguel Rosa também muito recuado, junto a Filipe Ferreira no lado contrário, e Bruno China e Pelé à frente dos centrais. Os leões ainda passavam a primeira barreira com relativa facilidade, mas depois perdiam quase sempre o controlo na segunda. Apesar de tudo, a equipa de Marco Silva entrou com uma boa atitude, procurando impor um ritmo forte desde o primeiro minuto, com Nani muito ativo sobre a esquerdo.

Os destaques do jogo: Deyverson e mais dez

O Belenenses, com dificuldades em sair a jogar, fez o primeiro remate aos 12 minutos, com Sturgeon a atirar cruzado e a gelar Alvalade, com a bola a rasar o poste. Os leões intensificaram o ritmo e estiveram perto de abrir o marcador, por Nani e por Slimani, mas também por William Carvalho, que obrigou Matt Jones à defesa da noite. No entanto, foi o Belenenses o primeiro a chegar ao golo, aos 27 minutos, num lance que parecia inofensivo. Miguel Rosa tinha cruzado da esquerda, mas não havia ninguém na área. A bola passou por toda a gente e o estreante Nélson apareceu do lado contrário a cruzar de primeira para Deyverson rematar de cabeça. Tremenda eficácia da equipa do Restelo que ao segundo remate estava a vencer.

Um resultado que ditava um Belenenses ainda mais fechado, mas, surpreendentemente, aconteceu o contrário. O jogo abriu-se depois do golo de Deyverson, não só pelas investidas dos leões, mas sobretudo pela súbito nervosismo que a equipa do Restelo revelou depois de chegar à vantagem, com erros atrás de erros. O mais evidente foi o passe descabido de Bruno China que isolou Carrillo para o golo do empate aos 35 minutos. Um golo que empolgou os leões que estiveram muito perto de consumar a reviravolta até ao intervalo, com destaque para uma impressionante arrancada de Nani sobre o flanco que deixou João Meira nas covas antes de assistir Slimani. O avançado argelino, em noite não, atirou a rasar o poste. Mesmo em cima do descanso, um lance polémico, com Jefferson e Deyverson a embrulharem-se junto à marca de pontapé de canto, mas Cosme Machado mandou toda a gente para os balneários.

Com Mané e Capel foi mais do mesmo

O Belenenses adiou o regresso ao jogo até ao limite, mas não foi por isso que o Sporting não voltou a entrar com ímpeto, voltando a montar o cerco à baliza de Matt Jones. Jogava-se apenas numa metade do campo e, na primeira vez que a equipa do Restelo passou a linha divisória, quase conseguiu novo golo. Deyverson escapou a William Carvalho e cavalgou por ali fora, mas permitiu o corte de Patrício que saiu ao seu encontro. O Sporting tinha mais bola, cruzava muitas bolas, mas Slimani continuava desamparado na área, sem conseguir chegar a nenhuma. Marco Silva procurou dar mais apoio ao argelino com a entrada de Carlos Mané para o lugar de Carrillo numa altura em que as bancadas já davam sinais de impaciência. Capel também entrava para dar mais velocidade, mas nada saía bem aos leões.

O Belenenses já praticamente não subia, mas nem precisava de se aproximar da baliza de Patrício para provocar calafrios em Alvalade. Deyverson voltou a assustar com um chapéu quase sobre a linha do meio-campo que passou por cima do guarda-redes do Sporting e passou muito perto da barra.

Nos últimos dez minutos, os leões cederam ao coração e atacaram de forma atabalhoada, sem sentido, com mais uma dezena de cruzamentos despropositados. Slimani teve duas oportunidades flagrantes para marcar em tempo de compensação, mas esta não era definitivamente uma noite para o argelino. O jogo acabou ao som de assobios, ninguém pode estar contente. O Sporting ainda não realizou uma exibição convincente desde o início da época e agora já não há a desculpa do mercado.
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