sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Márcio Guedes: Volúpia, um tempero fundamental

Márcio Guedes: Volúpia, um tempero fundamental

Equipe do Marrocos mostrou muita força para vencer o Atlético-MG

O DIA
Rio - Fala-se muito de motivação, garra, compromisso, raça ou determinação dentro do atual vocabulário futebolês. Mas um desavisado turista inglês que assistiu a alguns jogos de times brasileiros e, principalmente, a derrota do Galo acertou na mosca ao usar palavra mais séria — ‘volúpia’ — para definir uma carência recorrente no futebol brasileiro.
Ela é muito utilizada em outras situações, como nas paixões exacerbadas, mas também pode remeter a Neném Prancha, que falava da necessidade de os jogadores disputarem cada bola como se fosse um prato de comida. Ainda há uma certa passividade e lentidão em momentos que exigem entrega total e isso explica boa parte das derrotas ‘inverossímeis’ para adversários inferiores, como no caso do Galo no Marrocos.
A Seleção de Felipão até que, em comparação com a de Mano, ganhou muita intensidade e espera-se que mantenha esse padrão de só acreditar na vitória depois. Não são só apenas as aves que morrem de véspera (incluindo o ‘porco’ de Mário Vianna), mas os times que se sentem acima da arraia-miúda.
Atlético-MG foi surpreendido no Marrocos
Foto:  Efe
SEM SURPRESA
No futebol, não se pode cravar nada de véspera, mas é quase impossível que, domingo, o Bayern de Munique seja surpreendido pelo Raja Casablanca. O estilo alemão é dinâmico, forte e o Raja não encontrará os espaços plenos que teve nos contra-ataques contra o Galo. Pode até resistir um pouco, mas a tendência é uma boa vitória do Bayern, cuja técnica é superior. Se houver uma superzebra, será hora de rever conceitos, mas até para o imponderável há limite.
CRÉDITO
O Botafogo segue na onda das caras novas e, sem dinheiro em caixa, aposta em Eduardo Hungaro. Ele agradou na apresentação pela serenidade e personalidade. Parece consciente dos desafios e da própria competência. Mas precisará ter à disposição um bom time, com motivação máxima e, no caso da Libertadores, estratégia profissional, o que inclui preparo científico para enfrentar a altitude de Quito. Uma frustração de saída poderia inviabilizar sua ascensão.
TUDO NO ESCURO
Parece que vai continuar tudo como Dantes no quartel do Abrantes. Celso Barros e Peter Siemsen parecem discordar de tudo, desde as pequenas coisas no clube, e não poderia ser diferente no nome do novo técnico. Há chance da permanência de Dorival Júnior, uma espécie de caixa preta. Dorival já conheceu bons tempos e depois andou fracassando até chegar a um 2013 pavoroso. É difícil saber o que poderia fazer no Flu começando a temporada cedo. É pagar pra ver.
BELÍSSIMO
A principal estreia da semana é o italiano ‘A grande beleza’, premiado na Europa e muito elogiado no recente festival do Rio. Uma obra que remete a uma época de ouro do cinema italiano, que teve em Fellini o seu gênio, mas que também estabelece vínculos com a onda atual das celebridades e pinceladas na figura de Berlusconi. Quem viu se entusiasmou. Outra atração é ‘A vida secreta de Walter Mitty’, com Ben Stiller, que faz também a sua estreia como diretor.
MUITA ATENÇÃO À SUPERLIGA DE VÔLEI
Embora nem sempre com público à altura, a Superliga de vôlei está com bom nível — não à toa somos campeões mundiais, olímpicos e esporte número dois do país. Os nomes da Seleção espalham-se nos principais clubes, no feminino, principalmente no Osasco e no Rio de Janeiro, mas há times fortes como o Praia Clube, onde Mari deve voltar logo. Além disso, estrangeiras reforçam os times.

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