sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Jovens usam habilidade na Internet para ajudar na educação global

Jovens usam habilidade na Internet para ajudar na educação global

Tema é debatido no segundo dia da conferência sobre direitos humanos na África do Sul

CRISTINE GERK
Johanesburgo (África do Sul) - Uma plataforma digital que promove encontros para aprender línguas estrangeiras, outra que mostra a professores onde há comunidades no mundo precisando de cursos ou ainda uma que ajuda a recolher material didático para alunos carentes. Jovens pelo mundo afora estão usando sua habilidade no campo virtual para causar impactos reais na educação global. O assunto foi debatido no segundo dia do One Young World Summit, em Johanesburgo, África do Sul, uma conferência que reúne 1.300 líderes mundiais de 190 países para debater direitos humanos.
O jovem chileno Carlos Caravena não se conformava com o fato de que apenas 2% da população de seu país falasse outra língua. Certo de que a habilidade é fundamental para os tempos modernos, criou a plataforma gratuita Poliglota, que reúne interessados em aprender e ensinar primeiro no campo virtual e depois em bares, cafés e parques. Cerca de 68 mil pessoas se encontram toda semana na América, Europa e Ásia. Basta acessar o site e se você não encontrar um grupo na sua cidade, pode criá-lo. “Não precisa ser expert na língua para ensinar. Basta querer democratizar qualquer conhecimento que você tenha”, ensina Carlos.
Conferência na África do Sul reúne 1.300 líderes mundiais de 190 países para debater direitos humanos
Foto:  Cristine Gerk / Agência O Dia
Seguindo a mesma linha de pensamento, a estudante Miganoush Magarian criou a Teachsurfing, uma plataforma digital que mapeia necessidades educacionais no mundo e as oferece para pessoas interessadas em dedicar um pouco do seu tempo a ensinar algo. Daqui a dois meses, o site estará no ar. “Qualquer um pode se voluntariar. Basta dizer seu destino de viagem e nós dizemos onde está a demanda e que tipo de aulas são esperadas. Você também pode dizer suas habilidades e nós sugerimos um lugar”, comenta.
Durante o painel sobre educação, representantes da organização que leva o nome do evento falaram sobre outras iniciativas de sucesso em países como Nigéria, Mali e Curdistão, onde jovens promovem associações para doar material escolar, merenda, bolsas de estudo e infraestrutura para centros comunitários. Pesquisa promovida pela One Young World mostrou que 91% das pessoas no mundo acreditam que os governos deveriam consultar jovens para formular suas políticas educacionais e 77% acham que o sistema de ensino como é hoje não dá conta das necessidades atuais. No mundo, há 57 milhões de crianças fora da escola primária.
O famoso chef de cozinha e apresentador de TV Jamie Oliver ressaltou a importância de incluir educação alimentar no currículo escolar: “Obesidade, desnutrição, falta de comida no mundo são temas que devem ser levados a sério. As crianças devem ser o foco, elas ensinam os pais”, alertou. Ele lembrou várias ações em andamento na América Latina para resolver essas questões. No Chile, por exemplo, já há leis para reduzir a propaganda de ‘junky food’. No Peru, um grande esforço para merenda escolar de qualidade e no Equador, campanhas feitas pelo governo por um alimentação mais saudável. O Brasil ainda esta atrasado no tema. A fundação criada por Jamie para ações nesse sentido já tem 600 embaixadores em 85 países. Para se candidatar, basta acessar WWW.foodrevolutionday.com/apply.

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