sábado, 19 de outubro de 2013

Função do sono é fazer uma ‘faxina’ no cérebro

Função do sono é fazer uma ‘faxina’ no cérebro

Estudo norte-americano indica que um fluído ‘lava’ o órgão, eliminando toxinas acumuladas de dia. Falhas no processo causariam males de Alzheimer e Parkinson

O DIA
Rio - Estudo norte-americano divulgado ontem afirma que uma das principais funções do sono é fazer uma ‘faxina no cérebro’. A pesquisa da Universidade de Rochester, em Nova York, indica que dormir livra o órgão de toxinas acumuladas após um dia de muitos afazeres. Os cientistas também relacionam distúrbios cerebrais, como Alzheimer e Parkinson, a falhas durante este processo. 
Outras funções conhecidas do sono são fixar memória e aprendizado
Foto:  Banco de imagens
Publicado na Revista ‘Science’, o estudo mostrou que determinadas células do cérebro ‘encolhem’, abrindo espaço entre os neurônios, permitindo que um fluído ‘lave’ o cérebro.
Pesquisadores apostam numa relação de compensação do organismo durante o sono. “O cérebro precisa escolher: ou está acordado e atento, ou dormindo e fazendo a ‘faxina’”, explicou a cientista Maiken Nedergaard, que liderou o estudo.
Para especialistas, confirmam teses já conhecidas, de que o sono fixa a memória e o aprendizado. “Nosso cérebro não para de funcionar. As partes relacionadas à nossa organização ficam ainda mais ativas”, disse o neurologista Fernando Figueira, do Hospital São Francisco na Providência de Deus. “Se relacionarmos essa atividade com uma faxina, não deixa de ser uma confirmação do acreditamos”, disse. Por isso, a privação do sono causa dificuldade de atenção, diminuição da reação e irritabilidade.
Relação com males é dúvida
A sugestão do estudo de que distúrbios como os males de Alzheimer e Parkinson estejam diretamente relacionados a falhas durante o processo de renovação das células cerebrais gerou controvérsias entre os cientistas.
Para o neurologista Fernando Figueira, a questão pode ser vista de outra forma. “Não significa que privação de sono seja a causa, mas sim uma das consequências destas doenças”, opinou o especialista.
Como os testes foram realizados em ratos, cientistas envolvidos na pesquisa da universidade norte-americana admitem que a dimensão da descoberta só poderá ser medida após a aplicação em humanos.

    Tags: cérebro , sono

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