sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Judô brasileiro quer fazer bonito em casa

Judô brasileiro quer fazer bonito em casa

Cariocas Victor Penalber e Rafaela Silva são esperanças de medalha para o Brasil

RAFAEL PAIVA
Rio - Cariocas da gema, Victor Penalber e Rafaela Silva contam os dias para pisar no tatame montado no ginásio do Maracanãzinho e disputar o primeiro Mundial de Judô no ‘quintal de casa’ — de 26 de agosto a 1º de setembro. As revelações carregam nos ombros mais do que o peso dos adversários: ele têm a responsabilidade de superar as cinco medalhas conquistadas na edição de Paris, em 2011, e entrar para a história. Mas, antes de tudo, precisam superar o nervosismo por lutar no Rio de Janeiro.
Victor Penalber é um destaque do judô brasileiro
Foto:  Divulgação
Nascida e criada na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, Rafaela se esquivou do caminho do tráfico graças ao esporte. Por meio do projeto social Instituto Reação ela mudou de vida e, aos 21 anos, é a esperança de medalha na categoria até 57 kg. Seus melhores resultados são duas medalhas de prata: no Mundial de Paris e no Pan de Guadalajara, ambas em 2011.
“Se não fosse o judô, não sei onde estaria agora”, disse Rafaela, que perdeu amigos para o crime e viu o primo levar a pior na guerra contra as drogas: “É bom sair da comunidade e ser exemplo para outras famílias. Então, quero aproveitar a energia positiva do Maracanãzinho e, se Deus quiser, que saiam muitas medalhas para o Brasil”.
Líder do ranking até 81 kg, Victor Penalber se diz um botafoguense supersticioso, o que pode parecer redundância. Ele evita ir ao Maracanã desde que seu time perdeu a final da Copa do Brasil para o Juventude, em 99. Desta vez, ali do lado, ele quer o apoio da torcida para superar traumas.
“Sei da magia do Maracanã e da importância dele para o Rio. Como tijucano, sei que é um símbolo da cidade e espero que me traga sorte”, disse o garoto, de 22 anos, que viu sua carreira decolar após a lesão de Leandro Guilheiro. Nos últimos dois anos, ele só não beliscou pódio no Grand Slam de Moscou, em julho. “Temos tudo para bater o recorde no Mundial”, completou Victor.
Rafael Silva é uma das melhores judocas brasileiras
Foto:  Divulgação
MÁGICA DO ESPORTE PODE DECIDIR
Apresentador de TV e ex-judoca, Flavio Canto interrompeu a lua de mel com a atriz Fiorella Mattheis e dedicou um tempo, ontem, para auxiliar a preparação da parte de solo da Seleção, na Escola de EsEFEx, na Urca. O medalhista de prata em Atenas-2004 ressaltou a importância de o lutador acreditar na mágica do esporte. Atuar em casa, segundo ele, pode facilitar.
“Se existe mágica no esporte e aqueles resultados que surpreendem, o lugar de acontecer esse tipo de coisa é na nossa casa. Assim como aconteceu com João Derly, Tiago, Joãozinho e Luciano, que fizeram um campeonato exuberante. Toda a energia favorável, a família e os amigos ajudam quando você luta em casa”, disse, confiante.
Flavio ainda recebeu das mãos de Ney Wilson, coordenador da CBJ, o diploma de faixa-preta 4º Dan e levou um ippon do dirigente, arrancando gargalhadas.

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