segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Japão vê 'emergência' por radiação em água de Fukushima

Japão vê 'emergência' por radiação em água de Fukushima

Tepco prometeu que não jogaria mais água radiativa no mar sem consentimento de autoridades municipais da região

REUTERS
Fukushima (Japão) - A água contaminada no lençol freático está subindo para a superfície e excedendo os limites legais de descarga radiativa, disse à Reuters Shinji Kinjo, diretor da força-tarefa da Autoridade Reguladora Nuclear do Japão.
As medidas adotadas pela empresa Tokyo Electric Power Co. (Tepco) são apenas uma solução temporária, segundo ele. "Neste momento, temos uma emergência", afirmou.
A Tepco foi muito criticada por não ter se preparado adequadamente para situações como o terremoto seguido de tsunami que destruiu a usina de Fukushima em 2011. A empresa também foi acusada de tentar acobertar suas falhas e de reagir de forma incompetente ao derretimento dos reatores.
Não ficou claro qual é o nível de ameaça representado pela água contaminada no lençol freático. Nas primeiras semanas depois do desastre, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar dezenas de milhares de toneladas de água contaminada no Pacífico.
Usina de Fukushima
Foto:  Reuters
Países vizinhos e pescadores locais criticaram a decisão, e a Tepco prometeu que não jogaria mais água radiativa no mar sem o consentimento de autoridades municipais da região.
"Até sabermos exatamente a densidade e volume da água que está fluindo, honestamente não posso especular sobre o impacto no mar", disse Mitsuo Uematsu, do Instituto Centro para a Colaboração Internacional e Pesquisa Atmosférica e Oceânica, da Universidade de Tóquio.
A Tepco disse estar adotando várias medidas para que a água contaminada não saia da baía próxima à usina. Em email à Reuters, a empresa disse que a Tepco se desculpou profusamente com moradores da região de Fukushima por causa dos inconvenientes e preocupações causados pelo caso.
A usina bombeia diariamente 400 toneladas de água que escorre pelo lençol freático dos morros próximos à usina. A água é guardada em porões dos prédios destruídos, onde se mistura à agua altamente radiativa que é usada para resfriar os reatores e mantê-los em um estado estável, abaixo de 100 graus Celsius.

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