sábado, 24 de agosto de 2013

Hamilton Werneck: Cadê a grafomotricidade?

Hamilton Werneck: Cadê a grafomotricidade?

Escrever é um processo que desenvolve a grafomotricidade

O DIA
Rio - Estamos digitando mais que escrevendo. Este fato não é predominante entre os alunos e, sim, entre professores e demais profissionais. O Estado de Indiana, nos EUA, permite que alunos sejam alfabetizados por meio de tablets.
Vivemos uma era eletrônica, e o mundo parece inclinar-se em definitivo para a era digital. Atingimos quatro bilhões de celulares, e eles fazem a conexão entre computador e televisão. Estamos na aldeia global e eletrônica imaginada por McLuhan na década de 1960.
Escrever é um processo que desenvolve a grafomotricidade. Se não ocorrer a escrita cursiva, alguns substitutos deverão surgir para que o hominídeo não perca estes movimentos com a ponta dos dedos. Portanto, mais instrumento musical, com cordas e teclados, mais escultura, pintura e desenho. Trata-se da arte vindo em socorro do ser humano, como sempre ocorreu em nossa história!
Quando usamos telas de computador ou tablets, estamos usando uma ferramenta que emite luz. Escrevendo num papel ou lendo num papel, usamos um objeto que reflete luz e, assim, cansamos menos a vista e percebemos muito mais detalhes.
Fora esse aspecto conjugado com o desenvolvimento da grafomotricidade, que permite ao único ser criado fazer as conexões entre seus neurônios pré-frontais e a ponta dos dedos, o restante será eletrônico. Temos de admitir este avanço e esta era em que a humanidade vive. 
Cabe aos professores e aos alunos, assim como a todos nós, equilibrar os usos das ferramentas. Não seria prudente perdermos os aspectos grafomotores trazidos pela escrita, mas não podemos ser dinossauros intelectuais rejeitando as ferramentas que configuram esta fase da história.

Pedagogo e escritor

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