Fernando Scarpa: A fé não paga conta
Balanço é sempre complicado para os autônomos, que constroem seus vencimentos ao longo dos dias trabalhados
Rio - Acabadas todas as festividades, chega a hora da realidade para milhões de profissionais liberais atingidos por causa dos últimos visitantes recebidos. Como em toda a economia, uns ganham, outros perdem. O balanço é sempre complicado para os autônomos, que constroem seus vencimentos ao longo dos dias trabalhados. São aqueles que não têm contracheque, um salário certo, depositado em conta-corrente.
Trabalhando ou não, têm contas a pagar em dias certos! Já para os assalariados, tudo é festa: salário não é problema. Alguém, neste caso o patrão, arca com o prejuízo, fica tudo bem, os peregrinos foram bem-vindos, e o feriado, caído dos céus, foi comemorado com alegria. Alegria de uns, sofrimento de outros.
A propósito, decretar feriado é mais fácil que acabar com a inflação numa canetada. Que nos diga nosso ex-presidente Fernando Collor. Outro grau de dificuldade distancia essas duas questões que, no entanto, têm o mesmo ponto de partida: a irresponsabilidade de quem pratica e de quem aceita.
Em tempo de tantas reflexões e reivindicações, aproveito este momento e convoco todos esses profissionais para fechar as contas dos prejuízos causados pela presença religiosa e enviar seu saldo negativo ao Vaticano ou à Jornada Mundial da Juventude, a fim de um reembolso dos dias de paralisação.
Afinal, hoje é dia 5, dia do vencimento da maioria dos pagamentos e, no caixa de alguns, deve estar faltando, pelo menos, uma semana de faturamento imposto, com imposto a pagar.
Foi tudo muito bonito, mas fé não enche barriga e não paga conta, e o Estado, esse bonzinho que decretou feriados, não vai nos perdoar de pagar nenhum tributo em data vencida absolvido dos juros. Muito pelo contrário: tratando de imposto vencido em fim de semana, deve ser antecipado, e não postergado. Pouca farinha, meu pirão primeiro! Assim funciona o nosso generoso Estado famigerado!
Fernando Scarpa é psicanalista
Trabalhando ou não, têm contas a pagar em dias certos! Já para os assalariados, tudo é festa: salário não é problema. Alguém, neste caso o patrão, arca com o prejuízo, fica tudo bem, os peregrinos foram bem-vindos, e o feriado, caído dos céus, foi comemorado com alegria. Alegria de uns, sofrimento de outros.
A propósito, decretar feriado é mais fácil que acabar com a inflação numa canetada. Que nos diga nosso ex-presidente Fernando Collor. Outro grau de dificuldade distancia essas duas questões que, no entanto, têm o mesmo ponto de partida: a irresponsabilidade de quem pratica e de quem aceita.
Em tempo de tantas reflexões e reivindicações, aproveito este momento e convoco todos esses profissionais para fechar as contas dos prejuízos causados pela presença religiosa e enviar seu saldo negativo ao Vaticano ou à Jornada Mundial da Juventude, a fim de um reembolso dos dias de paralisação.
Afinal, hoje é dia 5, dia do vencimento da maioria dos pagamentos e, no caixa de alguns, deve estar faltando, pelo menos, uma semana de faturamento imposto, com imposto a pagar.
Foi tudo muito bonito, mas fé não enche barriga e não paga conta, e o Estado, esse bonzinho que decretou feriados, não vai nos perdoar de pagar nenhum tributo em data vencida absolvido dos juros. Muito pelo contrário: tratando de imposto vencido em fim de semana, deve ser antecipado, e não postergado. Pouca farinha, meu pirão primeiro! Assim funciona o nosso generoso Estado famigerado!
Fernando Scarpa é psicanalista
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