quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Editorial: Mazelas em pratos limpos

Editorial: Mazelas em pratos limpos

A população não pode continuar refém de um serviço muitas vezes jogado de qualquer maneira

O DIA
Rio - No dia em que o estado, estarrecido, chora as vítimas de mais um brutal acidente de ônibus na Região Metropolitana — com saldo de mortos crescente ao longo da noite —, traz algum conforto a notícia de que a CPI dos Ônibus da Câmara dos Vereadores do Rio abrirá suas sessões para a população. Trata-se de movimento de suma necessidade, merecendo aplauso e principalmente a adesão de todos.
Os trabalhos que serão conduzidos no Palácio Pedro Ernesto não vão abranger, a rigor, o que se passou em Itaguaí ontem à tarde — pois o coletivo que despencou do viaduto era da frota daquele município, e os vereadores do Rio vão se ater ao que se passa na capital. Mas tragédias não têm fronteiras, e a irresponsabilidade se repete em todo lugar.
Relatos preliminares da desgraça em Itaguaí dão conta de que o motorista corria e perdera o controle — reclamação constante dos passageiros de todo o estado. Também foi a velocidade o principal componente do absurdo acidente no viaduto da saída da Ilha do Governador sobre a Avenida Brasil, em abril.
É preciso ter fé na Comissão Parlamentar de Inquérito e colaborar para que as audiências cheguem a resultado concreto. Ainda que não se consiga expugnar completamente as caixas-pretas das viações e seus intrincados consórcios, é dever dos vereadores rever as rotinas e identificar os vícios de operação.
O que não pode é a população continuar refém de um serviço muitas vezes jogado de qualquer maneira, com profissionais sobrecarregados e cobrados sobre-humanamente.
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