quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Corte de R$ 0,20 nas passagens derruba inflação

Corte de R$ 0,20 nas passagens derruba inflação

IPCA de julho ficou em 0,03% graças à redução das tarifas

O DIA
Rio - A queda de 3,32% nas tarifas de ônibus urbanos no país foi a principal responsável pela baixa taxa de inflação oficial de 0,03% em julho, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em sete regiões metropolitanas houve redução nas tarifas de ônibus nos meses de junho e julho, impactando no bolso do consumidor.
“As tarifas dos ônibus urbanos se reduziram já na metade do mês de junho por causa das manifestações e, em alguns estados, chegaram a ficar muito mais baratas. É um item muito importante no orçamento das famílias, já que se trata de uma despesa diária, principalmente para o trabalhador”, diz a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos.
Nas ruas, os manifestantes pressionaram pela redução das tarifas
Foto:  Fernando Souza / Agência O Dia
QUEDA DE PREÇOS
Grande parte dos reajustes de preços foi feita em junho, mas como o cálculo da inflação leva em conta o número de dias do mês, parte da redução teve impacto no mês seguinte. Se um reajuste é feito no dia 10 de junho, por exemplo, terá impacto em 20 dias daquele mês e em dez dias do mês seguinte.
Em São Paulo, a redução de 6,25% em 24 de junho teve um impacto de -4,46% na inflação de julho. No Rio de Janeiro, a redução foi 6,78% em 20 de junho, parte da qual (-4,84%) foi incluída no cálculo da inflação de julho.
Com essa contribuição dos ônibus urbanos, o grupo de despesas transportes teve uma deflação (queda de preços) de 0,66% em julho, sendo o grupo que mais influenciou a queda da inflação de 0,26% em junho para 0,03% em julho.
Inflação abaixo do teto
Economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, André Braz confirma que é forte o impacto dos 20 centavos das passagens no orçamento familiar, assim como o custo da alimentação. Braz se diz otimista e crê que o preço dos alimentos ainda tem gordura e que pode baixar mais, fazendo a inflação desacelerar nos próximos meses.
“Se a inflação subir num ritmo menor do que no passado, ela poderá fechar o ano em torno de 5,8%, ou seja abaixo do teto da meta, 6,5%”, afirma.
Segundo ele, o comportamento dos preços dos alimentos é que ditará o ritmo. Ainda conforme Braz, a alta do dólar também poderá refletir em alguns produtos, que têm o trigo como matéria-prima.
'Sob controle', avalia a presidenta
Para Eulina dos Santos, do IBGE, as pessoas continuam pagando mais caro pelos alimentos. De janeiro a julho, os produtos aumentaram 5,67%. No acumulado dos 12 meses, os alimentos estão 11,42% mais caros”, apontou.
Dilma Rousseff comemorou e disse que a inflação está sob controle: “O governo está tranquilo em relação à desaceleração do índice nos próximos meses”.
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as pessoas vão consumir mais bens e serviços com a queda da inflação.

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