sábado, 24 de agosto de 2013

Às voltas com o ‘cross’ urbano

Às voltas com o ‘cross’ urbano

O mais vendido do Brasil mostra sua versão Rallye, a mais cara e equipada da gama

LEANDRO EIRÓ
Rio - Séries especiais de carros são uma faca de dois gumes, elas agregam requinte a modelos de linha mas podem ser uma dor de cabeça na hora de revender. Ainda assim, tem seu lugar no gosto dobrasileiro. O Gol, o carro mais vendido do Brasil, entrou literalmente nesta 'aventura' com a versão Rallye.
A nova versão caiu bem na carroceria do Gol. Em destaque, faróis auxiliares dupla função
Foto:  Divulgação
Sua quarta geração chama atenção e nem parece o costumeiro hatch, tamanha personalização da variante. A cor amarela desperta olhares e os incrementos prendem mais um pouco da atenção dos espectadores. O Gol Rallye possui faróis com máscara negra, grade em formato de colmeia, para-choques e pára-lamas proeminentes, spoilers e saias laterais e enormes faróis de neblina. Para completar o belo visual externo, rodas escurecidas de 16 polegadas.
AUTOMATIZADO
No interior a beleza prevalece. O acabamento é escurecido no teto, console e bancos, estes em couro bordado. O alumínio aparece nas maçanetas, saídas de ar e em volta do pomo do câmbio. As pedaleiras dão toque esportivo ao habitáculo. O painel é bonito, mas como uma versão aventureira, poderia ter maior identificação com a proposta. 
Ao acelerar, as boas impressões continuam. O Gol Rallye é bom de andar — missão cumprida pelo motor 1.6 l de 101/104 cv (gasolina/etanol). Eficiente nas arrancadas, desenvolve bem, trabalha em conjunto com o câmbio automatizado I-Motion. Este é um daqueles que 'soluça' ao realizar as trocas, mas dá para se acostumar. Para os mais exigentes sem problema: alterne para fazer as trocas manualmente e a sensação de dirigir fica prazerosa.
Projetado para encarar trechos levemente acidentados, sua suspensão elevada se destaca nos desníveis da cidade, amparando bem os solavancos e mantendo o conforto para os ocupantes. Nas curvas, segura o carro com segurança. Acabando o asfalto, dá para curtir um ralizinho nas pequenas ondulações e abrir um sorriso no rosto ao ver a poeira subindo pelo retrovisor, mas nada de aventuras com obstáculos mais severos.
Segundo a Volkswagen, a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 10,9 segundos no etanol e 11,1 segundos na gasolina. A velocidade máxima é de 181/179 km/h, respectivamente. O consumo médio, dentro da nossa avaliação, ficou em 10,2 km/l (gasolina), boa medida para um câmbio automatizado.
“Bom de andar. E o preço?”
Diante de um carro personalizado e prazeroso, a pergunta é: onde está o revés do modelo?
No preço. São quase R$ 50 mil reais (R$ 48.800) para pagar em um Gol, mesmo com os incrementos mas ainda é um Gol, carro de entrada. Por esse valor, há opções mais interessantes na relação custo/benefício. A lista de equipamentos, por exemplo, poderia ser mais pomposa. A versão aventureira não traz piloto automático, acendimento automático dos faróis, entre outros itens presentes em automóveis dessa faixa de preço. O nosso modelo de testes tinha volante de couro multifuncional e rádio com representação visual do sensor de estacionamento traseiro, mas são itens opcionais.
Em suma, o Gol Rallye é um carro bom, mas vale só para quem o deseja especificamente.

    Tags: Gol Rallye , automania

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