sábado, 6 de julho de 2013

Polícia apura ato no Leblon

Polícia apura ato no Leblon

Vídeos podem ajudar a saber quem começou a confusão na rua onde mora governador

O DIA
Rio - Os responsáveis pelo tumulto ocorrido durante manifestação em frente à casa do governador Sérgio Cabral, quinta-feira à noite, no Leblon, estão na mira da polícia. O delegado da 14ª DP (Leblon), Waldeck Penco, abriu procedimento para identificar e apurar a responsabilidade dos envolvidos na confusão, que terminou com três policiais feridos.
Desde a semana passada, grupos protestam contra a gestão do executivo estadual na porta da casa de Cabral, alguns deles chegaram a acampar na rua, mas foram retirados pela PM.
No confronto entre policiais e manifestantes, vidraças de prédios foram quebradas e lixeiras destruídas. O gás lacrimogêneo se espalhou pelo bairro e as explosões de coquetéis molotov foram transtornos para os moradores das áreas próximas. Revoltados com a confusão, vizinhos do governador fizeram abaixo-assinado, pedindo que ele se mude do bairro.
Profissionais de saúde passaram quase duas horas protestando contra a privatização dos hospitais federais e pedindo melhorias no setor
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Agentes da delegacia estão recolhendo imagens de câmeras de segurança do bairro e vídeos postados nas redes sociais. As cenas vão ajudar na identificação dos responsáveis. Seis pessoas foram detidas, três delas autuadas e vão responder em liberdade. Os policiais feridos prestaram depoimento nesta sexta-feira. Manifestantes se queixaram da ação policial nas redes sociais, mas não foram à delegacia até a noite desta sexta para registrar queixa ou prestar depoimento.
“Lamento que, entre os manifestantes, tivesse gente jogando pedra com interesse de conflito. A PM esteve presente e se comportou de forma pacífica para garantir a manifestação e, somente agiu, depois que as agressões se tornaram insustentáveis”, disse o governador por meio de nota.
Médicos protestam em Ipanema
Depois de tomarem as ruas do Leblon na quinta-feira, os protestos chegaram à Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, nesta sexta-feira à tarde. Médicos de hospitais federais passaram quase duas horas no sinal na esquina das ruas Visconde de Pirajá com Joana Angélica, protestando contra a privatização dos hospitais federais e pedindo melhorias na saúde.
Cada vez que o sinal fechava, eles estendiam faixas. A manifestação foi pacífica e acompanhada por um grupo pequeno de PMs.
Policiamento na rua onde o governador mora no dia seguinte ao confronto entre manifestantes e policiais
Foto:  Paloma Savedra / Agência O Dia
“É a continuação dos movimentos populares. Estamos lutando contra a má gestão na saúde”, disse o médico Mauro Cataldi.
Moradores divididos
O documento pedindo a saída de Cabral do Leblon divide opiniões de vizinhos do governador. O abaixo-assinado está passando desde a manhã desta sexta pelos prédios da Rua Aristides Espínola, no Leblon. Para alguns moradores, o confronto de quinta-feira foi a gota d’água numa sucessão de tumultos no endereço chique da Zona Sul.
“A rua era calma e, de repente, ficou infernal. Faltou o diálogo do governador com eles”, disse a moradora Márcia Clarck, 62 anos. Outro morador, o engenheiro Orlando Machado, 78, criticou a manifestação: “Não tem como um governador receber cada pessoa em sua casa”.


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