terça-feira, 2 de julho de 2013

Para os zagueiros David Luiz e Thiago Silva, as dificuldades ficaram para trás

Para os zagueiros David Luiz e Thiago Silva, as dificuldades ficaram para trás

Em alta com a torcida, eles festejam o título da Copa das Confederações

ANA CARLA GOMES E RICARDO NAPOLITANO
Rio - Quando entrou em campo domingo, o capitão da seleção brasileira se emocionou ao lembrar a tuberculose que o deixou internado por seis meses na Rússia, em 2005. Mas foi do pior momento de sua vida que Thiago Silva tirou forças para atingir o auge da carreira até o momento. De quebra, o título da Copa das Confederações também fez o zagueiro superar o trauma do vice-campeonato da Libertadores, em 2008, no Maracanã, pelo Fluminense.
Thiago Silva levantou taça no Maracanã
Foto:  Carlos Moraes / Agência O Dia
Antes mesmo de ser conhecido no Brasil, Thiago Silva quase teve de abandonar os gramados. O sonho de defender a Seleção estava distante, mas aos poucos o zagueiro foi vencendo seguidos obstáculos. Com determinação e disciplina, o maior objetivo foi alcançado: ser campeão pela seleção brasileira em pleno Maracanã.Na hora de curtir o feito, o jogador não esqueceu o passado.
“Entrei em campo emocionado e quase não consegui cantar o hino. Lembrei de todos os problemas que enfrentei para viver isso. Fiquei seis meses internado na Rússia por causa de uma tuberculose e por pouco não tive que abandonar a carreira. Esse título é um marco na minha vida pessoal e profissional”, disse.
Os 3 a 0 sobre a Espanha exorcizaram outro fantasma de Thiago Silva. Em 2008, também no Maracanã, o zagueiro, ainda pelo Fluminense, perdeu a final da Libertadores para a LDU.
“Lembrei disso também e foi muito chato. Não podia acontecer de novo. Posso considerar que foi a minha volta por cima no estádio”, comemorou Thiago Silva, parabenizando seus companheiros.
“Todos os atletas merecem esse título. O time inteiro trabalhou com seriedade. Agora, temos de continuar nesse ritmo para a Copa do Mundo”, alertou.
O 'gol' de David Luiz
O corte no chute de Pedro, em cima da linha, foi festejado como um gol e se tornou um dos assuntos mais comentados pela torcida, um dia após a vitória sobre a Espanha, na final da Copa das Confederações, no Maracanã.
David Luiz foi fundamental na vitória sobre a Espanha
Foto:  André Mourão / Agência O Dia
A incrível defesa fez David Luiz viver uma sensação especial, ainda mais para um jogador que deixou o País bem cedo para atuar no futebol europeu. Ídolo no Chelsea, ele mostrou raça, se emocionou com o Hino Nacional, encantou crianças e caiu nas graças da torcida brasileira.
“Eu construí a minha carreira mais fora do nosso país, mas nunca deixei de ser um patriota e um brasileiro com o coração verde-e-amarelo. Foi indescritível ver o Maracanã, com a minha gente e o meu povo, gritando o meu nome. Eu jamais vou esquecer”, festejou David Luiz, na segunda, ainda vibrando com o lance no Maracanã: “Foi maravilhoso, especial. É até difícil acontecer um lance desses novamente”.
Com o corte em cima da linha, o zagueiro marcou um ‘golaço’ com a torcida brasileira, que passou a gritar o seu nome no estádio.
“Quando você pode salvar um gol que está praticamente feito, você fica com essa sensação até de ter marcado um”, comparou David, que já havia mostrado superação durante o torneio, ao jogar com o nariz quebrado contra o México, no Castelão.
Com a bela atuação na final da Copa das Confederações, o zagueiro se sentiu retribuindo o desempenho de Julio Cesar na semifinal. Diante dos uruguaios, David fez pênalti em Lugano, mas o goleiro defendeu a cobrança de Forlán.
“Queria retribuir o pênalti que o Julio Cesar defendeu. Até os filhos dele vieram falar comigo: ‘Poxa, você salvou meu pai’. Foi legal dar a volta por cima desse jeito”, recordou.
O lance diante da Espanha foi descrito pelo zagueiro:
“Quando o Pedro recebeu sozinho, sabia que ele iria tirar a bola do Julio Cesar. Corri tudo o que podia e me joguei sem saber como o lance terminaria”. O esforço valeu a pena e lhe rendeu a consagração diante dos brasileiros.


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