sábado, 20 de julho de 2013

Jaguar: Dias Potiguares

Jaguar: Dias Potiguares

Minhas férias começaram em 1973. Fazer piada desenhada não é trabalho

O DIA
Rio - Sempre que viajo eu me lembro do Millôr. Invariavelmente, ao afivelar na poltrona do avião e no desembarque, se lamuriava: “O que estou fazendo aqui?”. Mas acabava caindo na conversa dos amigos e praticamente rodou o mundo todo. Eu também detesto viajar e fazer turismo (argh!), mas Celia adora e decidiu visitar Natal nas suas férias (as minhas começaram em 1973 — as pessoas acham que fazer piadas desenhadas não é trabalho).
Ela atracou-se com revistas e guias turísticos até decidir nosso roteiro; primeiro, a Praia de Pipa; depois, Natal. Já estive há quase 50 anos atrás em Natal, para passar uns dias na casa do Henfil, que cismou de morar lá. Só me lembro que ventava o tempo todo, havia dunas, falésias (guardei o nome porque acho a palavra linda) e bebiam-se boas cachaças. Henfil me apresentou a Aluisio Alves.
O clã dos Alves era como os Magalhães na Bahia e os Sarneys no Maranhão, sempre na disputa pelo poder. Foi quando cometi talvez a maior gafe da minha vasta coleção. A ser apresentado ao manda-chuva, disse que era amigo de um Alves no Rio, o Ataulfo. E que tive uma paixonite — não correspondida — por uma das suas pastoras.

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