segunda-feira, 1 de julho de 2013

Informe do Dia: De primeira na segunda com Carlos Augusto Addor

Informe do Dia: De primeira na segunda com Carlos Augusto Addor

'Protestos lembram os do início do século passado'

LUISA BUSTAMANTE
Rio - Professor de História da Universidade Federal Fluminense, Carlos Augusto Addor vê semelhanças entre as manifestações pelo país nos últimos dias e as rebeliões populares no início do século 20, como a Revolta da Vacina e a Revolta do Vintém. Para ele, o grito das ruas foi resultado, nos dois períodos, da insatisfação de uma população exausta de ser maltratada.
Carlos Augusto Addor
Foto:  Paulo Alvadia / Agência O Dia
Há semelhanças entre revoltas do início do século 20 e as atuais?
As rebeliões do início do século passado também eram populares e não tinham lideranças definidas. O conflito inicial que culminou na Revolta da Vacina, em 1904, foi entre a força policial e estudantes que se manifestavam no Largo de São Francisco. Vale lembrar que, anos antes, o povo já tinha se rebelado contra uma taxa de 20 réis sobre o transporte urbano. Foi o que gerou a Revolta do Vintém.
Há pontos em comum entre os governos?
Houve também muita repressão, com prisões, feridos e mortos, num número maior do que se vê hoje. Mas as manifestações atuais ainda estão em aberto. Naquela época, diante da revolta, o caráter compulsório da vacinação acabou suspenso, assim como houve, agora, a revogação do aumento das passagens.
O que pode ser feito para as manifestações não se esvaziarem?
Propostas como o fim da corrupção são muito genéricas. A pauta precisa ser mais bem definida e as manifestações devem ser pacíficas. A violência, dos dois lados, é contraproducente.


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