Carlos Alberto Rabaça: Papa de todas as crenças
Sem acanhamento, disse certa vez que gostaria que muitos cristãos tivessem a integridadede um amigo próximo e ateu
Rio - Não me surpreende que nas Igrejas, nesta época de grandes mudanças, os fiéis se dispersem, buscando uma relação pessoal com o Divino, sem intermediação. As instituições já não conseguem vender a tão necessária prática da solidariedade ao se apresentarem com uma embalagem anacrônica. Quando uma crença se apresenta viva, seus seguidores se entregam a experiências religiosas e os fiéis não se desgarram.
Ao ler o livro de Evangelina Himitian, ‘A Vida de Francisco’, me impressionou a experiência ecumênica desse homem. Bergoglio (o Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio) costuma dizer que, para ser um bom católico, antes deve ser um bom judeu. É capaz de finalizar uma missa anunciando aos presentes que vai orar como os evangélicos.
Há poucos dias, pediu aos católicos que se reconciliassem com os muçulmanos. Sem acanhamento, disse certa vez que gostaria que muitos cristãos tivessem a integridade de um amigo próximo e ateu.
O Papa anunciou, esta semana, que na sua visita ao Brasil falará na necessidade de sermos éticos e comprometidos com a verdade. Dando exemplo, quebrou o esquema de proteção que envolvia o Banco do Vaticano, motivo de tantas dores de cabeça a Bento XVI.
Afinal, quem é Francisco? Certamente, um homem de todas as religiões. Está convencido de que diferentes crenças têm um ponto em que se conectam. A habilidade é encontrar este ponto e deixar de lado as diferenças, para avançar no diálogo e na unidade. Mais que isso: Francisco associa fé a mudanças sociais.
Enfim, com o exercício da solidariedade, redescobriremos nossa verdadeira missão no mundo. Dizer que, antigamente, os valores eram mais válidos e regulavam a existência de modo sensato pode parecer um argumento convincente, mas olhar para trás é inútil para o futuro, que exige o novo, o verdadeiro.
Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professor
Ao ler o livro de Evangelina Himitian, ‘A Vida de Francisco’, me impressionou a experiência ecumênica desse homem. Bergoglio (o Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio) costuma dizer que, para ser um bom católico, antes deve ser um bom judeu. É capaz de finalizar uma missa anunciando aos presentes que vai orar como os evangélicos.
Há poucos dias, pediu aos católicos que se reconciliassem com os muçulmanos. Sem acanhamento, disse certa vez que gostaria que muitos cristãos tivessem a integridade de um amigo próximo e ateu.
O Papa anunciou, esta semana, que na sua visita ao Brasil falará na necessidade de sermos éticos e comprometidos com a verdade. Dando exemplo, quebrou o esquema de proteção que envolvia o Banco do Vaticano, motivo de tantas dores de cabeça a Bento XVI.
Afinal, quem é Francisco? Certamente, um homem de todas as religiões. Está convencido de que diferentes crenças têm um ponto em que se conectam. A habilidade é encontrar este ponto e deixar de lado as diferenças, para avançar no diálogo e na unidade. Mais que isso: Francisco associa fé a mudanças sociais.
Enfim, com o exercício da solidariedade, redescobriremos nossa verdadeira missão no mundo. Dizer que, antigamente, os valores eram mais válidos e regulavam a existência de modo sensato pode parecer um argumento convincente, mas olhar para trás é inútil para o futuro, que exige o novo, o verdadeiro.
Carlos Alberto Rabaça é sociólogo e professor
Nenhum comentário:
Postar um comentário