quarta-feira, 3 de julho de 2013

Câmara arquiva projeto da 'cura gay'

Câmara arquiva projeto da 'cura gay'

Deputado João Campos é o autor do projeto e pediu a suspensão da tramitação do mesmo

O DIA
Brasília - Mesmo destino da PEC 37, outra proposta repudiada pelo grito das ruas, que ficou conhecida como ‘cura gay’, é enterrada no Congresso. Autor do polêmico projeto que trata homossexualidade como doença, o deputado e pastor evangélico João Campos (PSDB-GO) protocolou pedido para a retirada da proposta. Acusado de homofóbico, o também pastor e deputado Marco Feliciano, que havia aprovado a medida na Comissão de Direitos Humanos, por ele presidida, não desistiu e lançou um desafio ao dizer que aprovará a proposta quando for reeleito.
Marco Feliciano: 'Essa perseguição de parte da mídia e dos ativistas nos fortaleceu. Nos aguardem em 2015! Viremos com força dobrada'
Foto:  Agência Brasil
O deputado tucano também não deu o braço a torcer. “Retirei porque o meu partido divulgou uma nota contra. Não é por causa de pressão das ruas”, disse. Como passou pela Comissão de Direitos Humanos, a ‘cura gay’ precisou ir ao plenário da Casa para ser arquivada.
PASTOR NÃO DESISTE
A decisão de enterrar o projeto que sugeria tratamento psicológico para homossexuais acontece uma semana após o Congresso derrubar a Proposta de Emenda Constitucional 37 que tirava poderes de investigação criminal do Ministério Público, outra bandeira das manifestações. 
Na semana passada, integrantes de grupos que protestaram nas ruas estiveram com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e obtiveram dele o compromisso de ‘enterrar’ o projeto, considerado homofóbico.
O deputado João Campos pediu a suspensão da tramitação do projeto da 'cura gay'
Foto:  Reprodução
Fervoroso defensor da cura gay, logo após saber da desistência do colega, pelo Twitter, Marco Feliciano prometeu retomar o projeto. “O PDC voltará na próxima legislatura, quando teremos um número maior de deputados evangélicos”, escreveu no microblog, acrescentando que “essa perseguição de parte da mídia e dos ativistas nos fortaleceu, e nosso povo acordou. Nos aguardem em 2015! Viremos com força dobrada”, concluiu. 
Resta saber se as urnas reservarão mesmo uma próxima vez ao deputado-pastor e a seus fiéis colegas políticos.
‘É uma vitória das ruas’
“É uma vitória das ruas, que lutaram também contra o preconceito e a discriminação”, festejou o deputado Ivan Valente, líder do Psol, após a decisão de enterrar a ‘cura gay’. Desde que entrou na pauta do Congresso, o Projeto de Lei 234/11 foi alvo de protestos da comunidade LGBT, ativistas, ministros de Estado e do próprio partido do seu autor, o PSDB, que a classificou de um “retrocesso”. Ministra Maria do Rosário, dos Direitos Humanos, tachou a proposta de absurda “por não reconhecer a diversidade sexual como um direito humano”.



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