sábado, 20 de julho de 2013

Bárbara Paz diz que prefere ser trocada por um homem do que por outra

Bárbara Paz diz que prefere ser trocada por um homem do que por outra

Em 'Amor à Vida', atriz vive a mulher de enrustido Féliz

PATRÍCIA TEIXEIRA
Bárbara Paz prefere ser trocada por um homem do que por outra mulher
Foto:  João Laet / Agência O Dia
Rio - ‘Vou tirar algumas fotos com um ar misterioso porque vem muita coisa por aí”. Foi durante a sessão de fotos que fez para a ‘Já É! Domingo’, que Bárbara Paz anunciou que sua personagem Edith, de ‘Amor à Vida’, ainda vai aprontar muito na trama de Walcyr Carrasco.
Descobrir que o marido Félix (Mateus Solano) teve relações com outro homem, saber que ele foi capaz de jogar uma criança numa caçamba de lixo, e ainda perdoá-lo por essas atitudes, pode parecer uma boa estratégia. Mas Bárbara Paz prefere não julgar sua personagem, afinal, Edith tem um passado que a condena: foi prostituta de César (Antônio Fagundes) e esconde um segredo sobre a paternidade de seu filho, Jonathan (Thalles Cabral), que pode ser fruto do relacionamento dos dois.
Transtornada ao saber da nova traição de Félix com Anjinho (Lucas Malvacini), Edith acaba revelando para toda a família que ele é gay. Mas Bárbara despista quanto ao que virá daí para frente. “Como atriz, a gente espera sempre coisas novas. Edith está sentindo que tem outra coisa rolando com o Félix, não sei como vai reagir quando souber que tem outro homem na jogada. Eu acho que ela não vai deixar barato, mas essa é uma dedução minha. Em algum momento, o jogo vai virar”, conta ela, sem dar detalhes sobre o caso que vai ter com o mordomo Wagner (Felipe Titto).
O assunto é polêmico também na vida real. Mas para uma atriz que se diz livre de preconceitos, mais vale ser traída com outro homem a ser trocada por outra mulher. “Eu penso: ‘Como mulher, eu faço tudo. Sou boa de cama, dou tudo o que ele quer: amor, sexo, carinho. Por que ele vai querer uma pessoa inferior a mim ou do mesmo sexo que eu?’ Não consigo entender. Mas um homem tem coisas que eu não tenho. Não sei vivendo isso na pele, mas acho que ficaria mais aliviada porque a competição é menor”, acredita.
Ser uma pessoa de cabeça aberta, aos 38 anos, faz com que a atriz entenda melhor os casos semelhantes aos de sua personagem. “Caminho conforme o meu tempo. Conheço homens que já foram gays, ou tiveram relações com outro homem e, hoje, são casados com mulheres, ou têm vida dupla. Às vezes, a mulher aceita, prefere manter a família, o status, o homem que ama. Não estou dizendo que eu faria isso, mas eu avaliaria muito. Não sou preconceituosa e entendo o lado desses homens também. Acredito que essas são escolhas na vida. É muito difícil ser gay nessa sociedade em que a gente vive”.
Bárbara é casada há seis anos com o diretor Hector Babenco, 29 anos mais velho. Apesar da diferença de idade, na relação dos dois a atriz afirma que não falta cumplicidade. “Nunca fiquei tanto tempo casada. Para mim, namoro já é casamento, porque a gente não é casado no papel. Mas o que vale é o companheirismo, ter uma pessoa para dividir sua vida. Como sou uma muito sozinha, a vida não faz sentido se você não tem uma pessoa ao lado. Quando as energias, os ideais de vida e o pensamento batem, isso, sim, é uma relação. Não adianta só ter sexo se não tem companheirismo, amor”.
Certa de seu tempo e de suas prioridades, a atriz não se preocupa com o relógio biológico quando o assunto é a maternidade. “Infelizmente, a mulher tem o seu prazo, mas estou deixando rolar porque está acontecendo muita coisa boa na minha vida, um trabalho atrás do outro. Se passar o meu tempo, vou adotar. Adoro crianças, tenho muitos afilhados e sou uma verdadeira mãezona para eles. Também cuido de um sobrinho, de 23 anos, que é como se fosse meu filho. Não estou com essa urgência para engravidar. Acho que vai chegar o momento. Mas a certeza de que quero ter uma criança, eu tenho, seja meu mesmo ou adotado. Quero dar uma continuação para minha vida”.
Bárbara Paz quis tirar fotos com clima de mistério já que sua personagem ainda vai aprontar bastante
Foto:  João Laet / Agência O Dia

A realização não é só na vida amorosa. Vivendo um momento pleno na carreira, Bárbara deixou para trás as inseguranças da época em que começou a atuar, poucos anos após sofrer um grave acidente de carro que a deixou com algumas cicatrizes no rosto. “Sempre soube quem eu era, a minha estrada. Eu não tinha pressa. O meu caminho foi inverso, precisei passar dez anos de provação e isso me fez melhor. A vida sabe o que faz. Se eu quebrei algum preconceito, foi mostrando o meu trabalho. Gostaria de estar mais à frente na carreira, mas fui fazendo o que foi pintando, fazendo coisas não tão boas, até chegar no papel maravilhoso que o Manoel Carlos me deu, a Renata, de ‘Viver a Vida’. Naquele momento, pude mostrar uma outra faceta. Sou uma atriz de teatro, o que vier na TV, vou abraçar com o maior amor”, avalia a gaúcha, que mora há 21 anos em São Paulo. Dona de uma beleza peculiar, a atriz confessa que não é moldada nos padrões impostos pela sociedade e pela mídia.
“Sou toda descabelada, mas uma maquiagem e um rímel sempre são bons. Sou vaidosa, sempre fui, mas não sou uma escrava da beleza, até porque minha beleza não é uma beleza perfeita. Prefiro o diferencial. Não basta ter só uma carinha bonita. O ator tem que melhorar a cada dia. Cresci estudando muito. Não adianta vir aqui (nos estúdios do Projac) e só mostrar a cara, porque isso aqui não é uma passarela. O ator tem que ter uma base maior”.
No currículo da atriz, ainda tem uma passagem por um reality show — ela integrou a 1ª edição da ‘Casa dos Artistas’, em 2001, no SBT — e uma capa da revista ‘Playboy’ em 2007, quando posou nua. Para Bárbara, tudo isso ficou em seu passado. “Tinha 26 anos quando participei do reality, mas era como se eu fosse uma adolescente. Depois dos 30, a gente melhora muito, cresce. Agora, a visão do mundo é muito melhor, o mar acalma. Atualmente, eu não vejo muito esses programas, acho tão distante de tudo. Foi um momento da minha vida. Se está certo ou errado, eu já fiz. Agora tem que olhar para frente. Não me arrependo”.


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