sábado, 22 de junho de 2013

Na Barra e na Baixada, entre a paz e o confronto

Na Barra e na Baixada, entre a paz e o confronto

Grupos de desordeiros voltaram a destoar da maioria dos manifestantes, que protestou de forma pacífica. Na Ayrton Senna, houve arrastão, contido pela polícia

O DIA
Rio - Depois da manifestação histórica na Avenida Presidente Vargas, na quinta-feira, que terminou com enfrentamentos entre uma minoria de vândalos e a polícia, a onda de protestos se espalhou pelo estado nesta sexta-feira, levando milhares de pessoas às ruas das zonas Oeste, Sul e Norte e da Baixada Fluminense, além das regiões Serrana, Sul Fluminense e dos Lagos.
Grupo ateou fogo em pneus e fechou a Via Dutra, em Nova Iguaçu
Foto:  Carlo Wrede / Agência O Dia
Na maior parte dos locais, a marcha foi pacífica, e os grupos mostraram em cartazes e gritos de ordem suas reivindicações por mudanças no país e na política. No entanto, os atos de vandalismo persistiram, capitaneados por pequenos grupos de baderneiros.
As imagens mais fortes foram na Barra da Tijuca, onde um grupo de 50 pessoas saiu da Cidade de Deus e fechou a Avenida Ayrton Senna. Com os rostos cobertos com camisas, eles saquearam uma agência de automóveis. Motoristas fugiam pela contramão. O Bope foi acionado, deteve seis pessoas e apreendeu seis menores.
Sentados no chão
Na Avenida das Américas, outro grupo de manifestantes tentou ocupar a Cidade das Artes. Eles foram repreendidos por organizadores e deixaram o local. Manifestantes sentaram no chão quando radicais atiraram pedras em direção a centros empresariais. Mais tarde, o Bope cercou a Favela da Rocinha.
Na Avenida das Américas, na Barra, o protesto foi tranquilo, acompanhado por PMs
Foto:  Leonardo Santana / Agência O Dia
Na Baixada, vândalos jogaram bombas em um cemitério e fecharam a Via Dutra, em Nova Iguaçu, com barricadas de fogo. Por uma hora, 20 policiais do 20º BPM tentavam conter os radicais, usando cassetetes, bombas de efeito moral e balas de borracha. Dois ônibus foram depredados na Dutra, depois de os passageiros serem expulsos.
Mais cedo, sete mil pessoas se concentraram em frente à a prefeitura, protegida pela polícia. Em Duque de Caxias, 5 mil pessoas caminharam até a Câmara dos Vereadores. Um grupo de vândalos causou tumulto na Rua Silva Fernandes e na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, destruindo e saqueando lojas e bancos e depredando pontos de ônibus.
Passeata ocorreu também em Petrópolis sem registro de confusão
Alexandre Carius / Tribuna de Petrópolis / Agência O Dia
Vinte e oito pessoas foram detidas em Nova Iguaçu e seis em Caxias. O comando da PM de Nova Iguaçu colocou todo o efetivo de prontidão.
Organizadores se reúnem na terça para definir os rumos do movimento
Os estudantes que organizam os protestos, que inicialmente eram contra os aumentos das passagens, se reuniram ontem na UFRJ, onde elaboraram uma carta que foi distribuída à imprensa e divulgada nas redes sociais, onde se organizam com o nome ‘Fórum de Lutas Contra o Aumento das Passagens’.
Na carta, lida por uma das coordenadoras do movimento, a estudante Gabriela Machado, de 17 anos, os estudantes exaltaram o sucesso da luta pela revogação do reajuste dos ônibus e listaram outras reivindicações, como transporte público gratuito, não privatização do Maracanã e mais investimentos em saúde e educação.
Os estudantes fizeram questão de repudiar os atentados contra a liberdade de expressão e a democracia, bem como as agressões de grupos anônimos a 14 militantes do PSTU.
Eles informaram, ainda, que nenhuma manifestação está prevista até terça-feira, quando voltarão a se reunir para definir os rumos do movimento.


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