sábado, 8 de junho de 2013

Adolescente planejou depoimento em caderno

Adolescente planejou depoimento em caderno

Após o crime, assassina confessa da mãe escreveu em detalhes o que ela e o namorado diriam à polícia. Vizinhos e parentes traçam perfil do casal e da vítima

ALESSANDRO LO-BIANCO E MARIA INEZ MAGALHÃES
Rio - Além de matar cruelmente e queimar o corpo da mãe, a estudante X., de 17 anos, ainda planejou e escreveu num caderno, com flores e borboletas, o depoimento que ela e o namorado Daniel Duarte Peixoto, de 20, prestariam à polícia.
Nas anotações, havia horários, locais e atividades previamente inventados pelo casal. Vídeo da empresa onde a mãe trabalhava, mostra amenina dois dias depois do crime chorando pelo desaparecimento da mãe. Funcionárias a consolam.
Amigos contam que Adriana era muito amiga e só pensava na filha
Foto:  Reprodução
Nesta sexta-feira, a jovem foi ouvida pelo Ministério Público e ratificou o depoimento dado na delegacia e a versão de que matou a telefonista Adriana Rocha de Moura Machado, de 43 anos, para ter mais liberdade com o namorado.
Ela falou durante 15 minutos e novamente não mostrou emoção ao narrar os detalhes do homicídio, segundo o delegado. Em até 20 dias, a situação de X. deverá ser julgada.
Estudante planejou como encobriria a execução da mãe em um caderno com flores e borboletas
Foto:  Reprodução
Em Higienópolis, vizinhos de Daniel estavam perplexos, já que a família é praticante na religião Testemunhas de Jeová. Entretanto, para a cabeleireira Shirley Miranda, 34 anos, que mora a poucos metros deles, Daniel fazia comentários estranhos.
“Ele disse que queria fazer Medicina porque o tio havia trabalhado no IML. Eu disse que não conseguiria estudar anatomia, e ele disse que achava normal lidar com mortos, pois, desde pequeno, acompanhava o tio a removê-los”, diz.
Na Rua Carneiro da Rocha, funcionários de um salão relatam que a menor exercia domínio sobre o jovem.
“O assassinato aconteceu dia 25. Dia 31, eles estiveram aqui. Ela trouxe o Daniel para se depilar. Ele não queria, mas ela disse que se ela sentia a dor, ele deveria sentir também, e que era para deixar de ser frouxo”, relatou a funcionária.
Josilene Silva, 31, conta que o amigo Daniel é trabalhador, mas passou a agir diferente após conhecer L.
“Ela era ciumenta e o afastou dos amigos”. Há poucos dias, havia sido repreendido pelo amigo Ricardo de Souza Oliveira, 30, ao revelar tatuagem no corpo com o nome de L. “Ele se arrependeu. Não tinha maldade”.
Muito amigas antes do namoro
Telefonista em cooperativa de táxi, Adriana também fazia doces e salgados. Segundo a família, mãe e filha eram muito amigas, mas a relação estremeceu quando L. conheceu Daniel. Religiosa, Adriana criou a filha com os costumes da Testemunha de Jeová, que proíbe sexo antes do casamento.
Ela reclamava com o primo Rafael Machado do comportamento de Daniel em sua casa, que “chegava sem camisa e pedindo comida”.
A adolescente, desde pequena, era reservada. Com pai ausente, L. sempre se manteve calada nos eventos em família.Segundo sua avó, Solange, 62, após o namoro, não parava mais em casa.


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