Rio -  Um policial civil foi autuado na 12ª DP (Copacabana), por agressão, constrangimento e embriaguez, após ser acusado de ameaçar e apontar arma para dois empresários e outro grupo na saída da Marina da Glória, no Centro do Rio, na noite deste sábado. Mauro Azevedo, que trabalha no Instituto Carlos Éboli (ICCE), também é acusado de bater em uma mulher que o filmava enquanto ele discutia com as pessoas. O policial nega as acusações e afirma ter sido agredido pelo grupo.
A confusão começou quando um empresário do ramo de serviços - que não quis se identificar -, de 30 anos, saía da Marina da Glória e tentou desviar a sua Mercedez Benz do carro do policial, que estava estacionado no caminho. Segundo a vítima, a esposa de Mauro conduzia o veículo, e o policial estava do lado de fora, mexendo no porta-malas.
"Eu estava fazendo uma manobra, para tentar sair dali. Nem encostei no carro dele. Até que amulher arrancou com o carro e ele nos surpreendeu apontando a arma, que ele tirou da sunga. Estava visivelmente alcoolizado. Começou a fazer tortura psicológica e a dizer que só porque eu era filho do Eike Batista era arrogante", contou o rapaz, que estava acompanhado de um amigo no banco do carona e uma amiga atrás.
Cinco rapazes que participavam de uma festa de torcida da Portela em um barco e estavam saindo do local viram a cena e se aproximaram para apartar a discussão. No entanto, quando foram falar com o policial, o mesmo teria apontado a arma para eles. "Nesse momento, saí rapidamente com o carro para avisar ao pessoal da Marina que havia um homem armado e levar em casa a minha amiga que ficou muito nervosa. Ele acabou se voltando contra os caras que eu nem conhecia e que me ajudaram. Voltei lá e ele estava ameaçando todo mundo", disse o empresário.
Um dos rapazes que tentou apartar a discussão e acabou se tornando vítima afirma que o policial estava muito alcoolizado e que foi necessário imobilizá-lo: "Estavamos falando para ele que o cara não bateu no carro dele, para ele deixar isso pra lá e ele começou a nos ameaçar, apontando a arma".
O policial teria sido convencido por um amigo que chegou no local a entregar a arma. Foi quando os rapazes o imobilizaram. Segundo o grupo, neste momento, policiais do 2º BPM (Botafogo) chegaram com seguranças da Marina da Glória. Segundo o grupo, ao filmar o policial falando com eles, a mãe de uma das vítimas foi agredida: "A esposa do policial já tinha voltado ao local e o avisou que eu estava filmando. Ele me deu um tapa na cara e jogou minha máquina no chão. Foi aí que não teve jeito e o levaram para a delegacia", afirmou a mulher.
Eles foram levados para a 9ª DP (Catete). Porém, o caso foi registrado na12ª DP(Copacabana), que funcionava como Central de Flagrantes. Segundo a delegada Fernanda Marchese, o policial vai responder por ameaça, constrangimento ilegal e embriaguez. A arma do policial foia preendida e ele vai responder também a processo administrativo na corregedoria.
POLICIAL NEGA ACUSAÇÕES E DIZ TER SIDO AGREDIDO
Segundo o irmão de Mauro, que também é policial civil, José Carlos, o irmão foi agredido e ameaçado pelo grupo: "Houve uma discussão, porque bateram na traseira do carro dele. Quando ele viu, vieram vários homens em cima dele. ele nem chegou a apontar aa rma pra ninguém. Pelo contrário. Eram quatro ou cinco contra um. Empurraram e chutaram ele, que está todo machucado", afirmou.
A esposa dele diz que estava com três crianças no carro e ouviu ameaças: "Ameaçaram até de morte. Meus filhos foram para casa chorando. ainda bem que não aconteceu nada pior. Estão contando várias histórias que não são verdade", declaroua mulher.