Rio -  Com o semblante tranquilo e disposto a esquecer o susto que sofreu no dia 21 ao ser sequestrado e torturado psicologicamente pelo bando comandado por Marcelo Santos das Dores, o Menor P, chefão do tráfico na Maré, Bernardo chegou nesta quarta, por volta das 7h, a uma clínica na Tijuca para operar o joelho esquerdo. Acompanhado dos pais, o jogador do Vasco está focado em se recuperar logo e voltar a jogar futebol. O futuro, entretanto, é incerto. Pessoas próximas ao camisa 31 garantem que o atleta não tem mais condições psicológicas de seguir na cidade.
Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Apoiador pode deixar o Vasco | Foto: André Luiz Mello / Agência O Dia
Já existe um pedido da família de Bernardo para que o Vasco libere o apoiador — a tendência é que ele receba alta ainda hoje — para fazer o tratamento fora do Rio, provavelmente em Sorocaba, interior de São Paulo. Com contrato até 2015 com o Gigante da Colina, Bernardo teria reconhecido que não parou para pensar se terá cabeça para defender o clube de São Januário daqui a seis meses.

Sobre o local da recuperação do jogador, o chefe do departamento médico do Vasco, Clóvis Munhoz, responsável pela cirurgia do camisa 31, revelou que vai haver uma reunião hoje ou amanhã para definir a situação.

“Não é a diretoria que vai decidir isso. René Simões (diretor-executivo) e o departamento médico vão se reunir nesta quinta ou sexta-feira para chegarmos a um denominador comum sobre o local onde o Bernardo vai se tratar. Lógico que vamos avaliar todas as questões, pois tem o lado psicológico e o cuidado com a parte física”, disse o médico.

Enquanto não existe definição sobre o futuro de Bernardo, o jogador recebeu instruções claras para os próximos dias: repouso absoluto e nada de colocar o pé esquerdo no chão.

“A cirurgia foi um sucesso e deu tudo certo. Bernardo já está bem, reagiu normalmente ao procedimento. A previsão é que ele seja liberado nesta quinta-feira pela manhã e ficará em repouso absoluto até terça-feira. Bernardo não poderá sequer colocar o pé no chão”, explicou Clóvis Munhoz.