sábado, 18 de maio de 2013

Marcos Espínola: Estupro social


Marcos Espínola: Estupro social

Qualquer prática criminosa tem que ser combatida

O DIA
A onda de estupros no Rio é algo difícil de conceber. Como se não bastasse toda a violência que vivenciamos em décadas, agora, 2013, crime bárbaro como esse vem crescendo a passos largos na luz do dia, numa afronta inaceitável. Da mesma forma em que recuperamos territórios dominados pelo tráfico, devemos a qualquer custo frear, ou melhor, eliminar esses crimes o mais rápido possível. Mais que a violência física e moral, o estupro é social.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, somente neste primeiro trimestre já foram registrados mais de 1.500 casos de estupro. Foi em ônibus, van, na rua e até em templos religiosos. A realidade é que vem crescendo o número de vítimas que, além de lesões corporais que machucam o corpo, sofrem com um golpe na alma.
Cada mulher, vítima de um ato cruel desse, levará para toda a vida a dor de ter sido invadida em sua dignidade. Carregará a mágoa da violência gratuita contra a pureza. A autoestima cai no chão. A repulsa se enraíza nas entranhas, e reverter esse quadro, só com muita fé e determinação. O psicológico abalado luta contra a lembrança de momentos agonizantes, marcas que jamais se apagarão.
Qualquer prática criminosa tem que ser combatida. Obviamente, não há o bom crime ou um crime melhor do que o outro, pois todos levam para um estado de choque momentâneo e traumatizante. Mas estupro é algo do que há de mais sórdido, inescrupuloso e selvagem do ser humano enquanto animal. Aliás, qualquer animal pode ser considerado superior a um indivíduo que pratica um estupro. A sociedade exige que as autoridades façam esses canalhas sentirem o peso de uma mão pesada, de punição severa e impiedosa.

Advogado criminalista

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