Rio -  “A dança faz parte da nossa cultura, está na nossa alma”, afirma a produtora Monique Gardenberg, que entende bem do assunto. Após organizar o Carlton Dance Festival, de 1987 a 1997, pioneiro dos grandes festivais nacionais de dança, ela agora participa de um projeto que promete fazer os amantes dessa arte comemorarem. É dela a produção do Festival O Boticário na Dança, que reúne companhias nacionais e internacionais ainda inéditas por aqui. As apresentações no Rio acontecem a partir de sábado e vão até o dia 8, no Theatro Municipal.
A companhia belga Peeping Tom é uma das que vão se apresentar no Theatro Municipal | Foto: Divulgação
A companhia belga Peeping Tom é uma das que vão se apresentar no Theatro Municipal | Foto: Divulgação
“Esse festival, que também acontece em São Paulo e em Curitiba, segue a mesma linha do Carlton Dance, que é a de mostrar para o Brasil o que há de melhor na dança contemporânea do mundo hoje”, explica a produtora.
Entre as atrações que se apresentam no Theatro Municipal, estão a belga Peeping Tom, a eslovena Maribor Ballet e a americana Shen Wei Dance Arts, considerada uma das maiores do mundo. Das brasileiras, entre os destaques estão o Grupo de Rua de Niterói e a companhia goiana Quasar. As duas, coincidentemente, tiveram uma trajetória bastante incomum no universo da dança nacional: foram aclamadas no exterior antes mesmo de terem reconhecimento por aqui.
“A dança é muito valorizada lá fora, principalmente na Europa. Eles sentem muita necessidade de conhecer, de assistir e de saber o que está sendo produzido por lá e em outros lugares. Mas acho que, aqui no Brasil, estamos avançando também”, analisa o bailarino e coreógrafo Henrique Rodovalho, que fundou a Quasar em 1988, junto de Vera Bicalho.
Apesar de Monique Gardenberg reconhecer que “a dança brasileira é uma arte carente de apoio”, a produtora está confiante e comemora: “Apenas precisamos de apoio e estrutura para que essas manifestações se tornem profissionais e possam viajar pelo Brasil e pelo mundo. Estou muito feliz. Amo dança. Uma paixão antiga. Queria ter sido bailarina”.