Brasília -  A presidenta Dilma Rousseff garantiu nesta quarta-feira, que “não vai descuidar nunca do controle da inflação”, considerada por ela “uma luta constante, imutável, permanente”. “Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política econômica, que têm por base o crescimento sustentado e a estabilidade. E não abriremos mão jamais dos pilares fundamentais do nosso modelo: a distribuição de renda e a diminuição da desigualdade no Brasil”, afirmou.
O pronunciamento à noite, em rádio e televisão, foi uma resposta da presidenta às críticas da oposição, num embate político-econômico, que dominou os principais eventos do Dia doTrabalhador, em São Paulo. No ato promovido pela Força Sindical, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o governo é “leniente” com a alta dos preços. Ele afirmou que o país vive um momento grave e que “o futuro é sombrio”. “O Brasil vive um momento grave na economia, e as perspectivas para o nosso futuro são sombrias. Não podemos permitir que o fantasma da inflação volte a rondar a mesa do trabalhador”, disse.
No 1º de Maio carioca, manifestantes se posicionaram em frente ao estádio Maracanã e protestaram contra o que chamaram de ‘privatização do patrimônio público da cidade’ | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
No 1º de Maio carioca, manifestantes se posicionaram em frente ao estádio Maracanã e protestaram contra o que chamaram de ‘privatização do patrimônio público da cidade’ | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Já o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força, reclamou que Dilma não tem identificação com o trabalhador e defendeu a volta de um gatilho salarial, mecanismo pelo qual os reajustes para os trabalhadores ocorreriam a cada três meses. “Seria uma forma de recompensar perdas salariais provocadas pela inflação”, provocou.
No evento da CUT, ligada ao PT, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho,defendeu o governo. Ele afirmou que Dilma é “uma leoa contra a inflação”.
No Rio, 300 pessoas ligadas a movimentos sociais protestaram contra o que chamaram de “privatização da cidade” e comemoram o 1º de Maio. O grupo se concentrou em frente ao Maracanã com faixas e cartazes e defendeu a manutenção do estádio Célio de Barros e o parque aquático Julio Delamare.
Uso dos royalties na Educação
No pronunciamento, a presidenta Dilma voltou a defender a aplicação total dos royalties do pré-sal na Educação. Ela disse que enviou ao Congresso nova proposta sobre o tema.
Segundo Dilma, trata-se da “mais decisiva” entre todas as medidas executadas ou em discussão sobre o tema no governo. “O Brasil vai continuar usando instrumentos eficazes para ampliar o emprego, o salário e o poder de compra do trabalhador, mas a partir de agora vai privilegiar como nunca um instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a Educação”, disse.