Rio -  Abrigado provisoriamente na Unidade de Tratamento de Alcoolistas (UTA) do Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, Carlos Vitor Rezende Oliveira, 26 anos, cuja família obteve decisão judicial obrigando que o Estado do Rio e a Prefeitura de Teresópolis o internem compulsoriamente numa clínica de reabilitação, corre sérios riscos de vida — em consequência de grave crise de abstinência e de o local não ser adequado para o caso dele.
Foto: Album de família
Viciado em crack corre sério risco de vida no Pinel. Alerta é de especialista | Foto: Album de família
O alerta é do psicólogo Pedro Carvalho, especialista em dependência química. Conforme O DIA mostrou nesta segunda-feira, há 14 anos o rapaz é viciado em várias drogas, inclusive crack. E a família denuncia que não havia médico de plantão na UTA.
“É um absurdo não ter um especialista no setor (UTA). Em crise profunda de abstinência, ele coloca a própria vida em risco e a de terceiros, pois tudo pode acontecer durante um surto. Se numa instituição do governo o atendimento é precário, imagina em clínicas modestas?”, criticou o psicólogo Pedro Carvalho.
No Instituto Philippe Pinel, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, havia um médico de plantão, mas só no setor de Emergência, auxiliado por dois residentes — já formados, mas ainda em especialização.

"Descaso absurdo"
A secretaria garantiu que os três profissionais de saúde atendem outros setores quando requisitados. Já a Secretaria Estadual de Saúde não explicou porque ainda não cumpriu a ordem do juiz.
Ainda nesta segunda-feira, algumas clínicas ofereceram ajuda, mas todas com altos custos. “O descaso das autoridades é um absurdo. É muito lamentável”, disse Cézar Carlos Cézar Miranda, 66, padrasto de Vitor. Várias autoridades, segundo Cézar, ligaram para falar sobre o caso, mas sem apresentar nenhuma solução.
A decisão que vem sendo descumprida pelo Estado do Rio e a Prefeitura de Teresópolis é do juiz Márcio Olmo Cardoso, da 3ª Vara Cível da cidade serrana.