Rio -  Uma semana após conquistar o título da Superliga feminina no comando da equipe da Unilever, Bernardinho tem, neste domingo, mais um dia especial nas quadras de vôlei ao poder ver o filho se tornar o jogador mais vitorioso do torneio masculino. Às 10h, Bruninho entrará em quadra junto ao time do RJX para encarar o Cruzeiro na finalíssima da Superliga masculina.

Ataque: O Rio tenta ser campeão brasileiro com um time masculino depois de 32 anos. A última vez foi com o Atlântica Boavista, em 1981, com você na equipe. Quais recordações você tem daquela conquista?
Bernardinho: O Maracanãzinho estava lotado, a capacidade era maior do que é hoje, na final contra uma grande equipe de São Paulo, a Pirelli. Foi um título numa nova fase que surgia, da profissionalização do vôlei, dos grandes patrocínios, da Geração de Prata surgindo no país (três anos depois, Bernardinho foi vice-campeão olímpico nos Jogos de Los Angeles). Foi um momento muito especial e um título muito importante.

Você vai ao Maracanãzinho para a final entre RJX e Cruzeiro?
Se eu for ao jogo, será como anônimo, como pai e não como treinador.

Como é separar o lado de pai e técnico da Seleção masculina nessa hora?
Como técnico, eu observo os jogos, eu gravo e assisto às partidas todas. Mas, se eu for, será como pai.
Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
Bernardinho pode ver o filho se tornar o mais vitorioso da Superliga | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia
O Bruno pode ser o jogador mais vitorioso da Superliga, com seis títulos, se o RJX superar o Cruzeiro. É um orgulho ver a trajetória dele?
Sem dúvida. Ver seu filho escolher um caminho, se dedicar e ter sucesso é o orgulho de qualquer pai. É ver que ele está trilhando um caminho bacana na carreira. Ninguém pode dizer que é uma influência de nada. Porque são cinco títulos de Superliga, quatro jogando como titular. Demonstra o valor dele e a importância dele em seus clubes. Contra fatos não há argumentos. Fico feliz que ele tenha chegado à final. Mas a gente sabe que o Cruzeiro é um grande time. Já foi a equipe campeã do ano passado e, reforçada neste ano, é um adversário muito forte. Tenho certeza de que o Rio vai ter que ter todas as suas peças funcionando bem para jogar de igual para igual.

O Bruno tem mais de 360 mil seguidores no Twitter. Você aderiu à rede social só agora. Como tem sido a experiência?
É mais para compartilhar algumas ideias. Eu falei sobre a partida do Messi no Barcelona contra o Paris Saint-Germain, a postura dele, de entrar machucado. Eu falei dos ídolos do esporte, citei o Messi e falei que não há como não reverenciá-lo. Depois, dei a indicação de um livro.
Curiosamente, você acabou de ler ‘O Leão da Toscana’, que o Bruno iria começar a ler. O que achou?
Foi um herói da Segunda Guerra. É um misto, fala da vitória do Tour de France, tem a história da Segunda Guerra, de heroísmo e da pessoa se entregar a uma causa (o livro conta a história do ciclista italiano Gino Bartali, que ficou conhecido por ter ajudado famílias judias quando a Itália foi ocupada por tropas alemãs em 1943 e 1944).

Fora das quadras, você já revelou que vai participar de uma prova de ciclismo em Nova Iorque. Será só hobby ou o lado competitivo estará presente?
É uma prova, mas a ideia é completar bem. A competição é essa: eu comigo mesmo. Esse é o meu objetivo.