Rio -  Agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança e da Corregedoria da Polícia Militar realizam, nesta terça-feira, a operação Compadre. O objetivo é cumprir 78 mandados de busca e apreensão e 78 mandados de prisão. Destes, 53 foram expedidos contra policiais militares e sete contra policiais civis.
A partir das investigações, que duraram seis meses, foi constatado o envolvimento de policiais civis e militares na cobrança de propina de comerciantes que trabalham em feiras de Bangu, na Zona Oeste, e Honório Gurgel, na Zona Norte, além dos pontos de moto táxis da região abrangida pelo 14º BPM (Bangu). Os mandados de prisão expedidos contra policiais civis estão sendo cumpridos por agentes da Corregedoria da Polícia Civil (Coinpol).
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Policiais são acusados de cobrar propina de trabalhadores | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
As investigações tiveram início após denúncia de cobrança de quantias em dinheiro de comerciantes e camelôs em três feiras. Feirantes e comerciantes com mercadoria ilícita (‘piratas’ ou produtos de roubo) eram obrigados a pagar à quadrilha para não serem incomodados. Vendedores de mercadoria lícita, porém sem autorização da prefeitura, também pagavam, porém valor inferior.
Em flagrantes feitos pelas equipes de Inteligência da Secretaria de Segurança foi detectado ainda que um homem, que se passava por policial civil, e policiais militares repartiam o dinheiro recolhido com duas viaturas que costumavam parar sistematicamente para recolher a propina.
Então agentes começaram a investigar um esquema de corrupção envolvendo policiais do 14º BPM (Bangu), da 34ª DP (Bangu) e da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM).
Durante a apuração da denúncia, moto taxistas revelaram não possuir carteira nacional de habilitação e não trafegar de acordo com as leis de trânsito. Foi identificado que muitos moto taxistas faziam ainda o transporte de drogas para usuários. Com a propina paga aos policiais, as irregularidades não eram combatidas.
As corregedorias das polícias Civil e Militar já instauraram procedimentos investigativos. Desde 2008 foram excluídos de suas corporações mais de 1.400 policiais civis e militares.