Rio -  Prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso assumiu seu primeiro mandato no início do ano. Cem dias se passaram e, em entrevista exclusiva ao, ele revela que encontrou o caixa da prefeitura praticamente zerado, e dívida de mais de R$ 100 milhões. Cardoso também explica como está resolvendo o problema do lixo na cidade.
Foto: Estefan Radovicz
Foto: Estefan Radovicz
O DIA: Como estava a situação financeira da cidade quando o senhor tomou posse da prefeitura?
Cardoso: Nós chegamos com o 13º salário dos servidores não pago, sem recursos para pagar o mês de dezembro. Eu tinha R$ 111 milhões para pagar até 5 de janeiro e apenas R $ 2 milhões no caixa.
Como está atualmente a situação?
No dia 5 de março já estava tudo quitado. Em 90 dias consegui quitar quatro folhas e meia de pagamento.
Duque de Caxias é apontada como uma das regiões mais violentas da Baixada Fluminense. O que o senhor tem feito pela segurança da cidade?
Estamos fazendo um Centro de Operações e realizando ações de monitoramento. Há também a construção de um convênio com o Ministério da Justiça para a instalação de câmeras pela cidade.
O senhor acha que as UPPs contribuíram para o aumento da violência na Baixada?
Acho que isso não é o principal. Penso que o fator mais importante foi o crescimento econômico.
Essa afirmativa não seria uma contradição?
Não. Isso acontece somente quando o crescimento econômico está alinhado com a redução de desigualdade. Em Caxias houve um crescimento econômico, sem a redução da desigualdade. Neste caso, aumenta o índice de assaltos e, consequentemente, a violência.

A cidade sofria um grave problema em relação à coleta de lixo. Esta questão já foi resolvida?
Tirei 150 mil toneladas de lixo das ruas. Antigamente, você jogava o lixo em Gramacho, levava 20 minutos do Centro até lá. Agora, eu tenho que ir para Belford Roxo. Por isso, fiz uma estrada de chão de 8 km que liga Caxias até o aterro de Belford Roxo. A logística é ruim, mas eu agora tenho onde jogar lixo. Só falta pavimentar. O lixo de Caxias custava quase R$ 7 milhões. Hoje, pago R$ 5 milhões.
As pessoas temem que, com a construção do Arco Metropolitano, ocorra uma favelização por falta de estrutura por onde a rodovia passará em Caxias.
Isso não vai acontecer. Vamos qualificar as pessoas e firmar parcerias com as empresas. Os moradores em situações de risco serão beneficiados com habitações do Minha Casa, Minha Vida.
O que o senhor fará pela educação?
Vou reformar 50% das escolas e colocar água em todas elas. Das 150 escolas de Caxias, 72 nunca foram ligadas à rede de água do município. Até o final de ano, coloco água em todas elas.