Rio -  O horário das 19h às 20h no rádio, historicamente ocupado pela ‘Voz do Brasil’, é muito cobiçado pela Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão). Agora, a entidade encontrou aliados no Palácio do Planalto.
A senadora Ana Rita (PT-ES), relatora de projeto em tramitação que torna a ‘Voz do Brasil’ Patrimônio Cultural Imaterial, em função da importância desse espaço jornalístico para a informação de amplas parcelas do povo, sobretudo em rincões do interior, deu parecer contrário.
Informações fidedignas assinalam que, pressionada, a senadora admitiu que não só não conhecia em detalhes o projeto como recebeu a orientação do Palácio do Planalto para o veto. Depois de muita conversa, Ana Rita tirou o mesmo de pauta. Não quis mudar de opinião para não se atritar com o Palácio do Planalto.
Agora, o senador Roberto Requião pediu visto e vai apresentar em breve um substitutivo para aperfeiçoá-lo. O tema é sério e não está sendo acompanhado devidamente pela opinião pública porque paira total silêncio.
A história dos trâmites que visam a flexibilizar o horário da ‘Voz do Brasil’ e que na prática resultarão no fim do programa, iniciado em 1935, tem várias fases. Em 2006 foi apresentado projeto no sentido de levá-lo à televisão. A grita dos proprietários da concessão das emissoras foi grande. O projeto saiu de pauta, e apareceu outro, flexibilizando o horário.
Depois de marchas e contramarchas, a Abert não conseguiu emplacar o seu projeto, que segue em pauta no Congresso, e o espera para a votação final. A oportunidade agora de pôr um ponto final no tema flexibilização é o contraponto tornando a Voz do Brasil Patrimônio Cultural Imaterial. O tema é de interesse do chamado baixo clero do Congresso, que tem como um dos poucos espaços para informar às suas bases o que fazem no Congresso, exatamente o espaço da ‘Voz do Brasil’.
Jornalista