Rio -  Dos 925 mangueirenses que participaram da eleição que consagrou Chiquinho da Mangueira como novo presidente, neste domingo, diversos deles tiveram problemas na hora de votar. Tudo porque seus nomes não estavam nas listas disponibilizadas pela comissão eleitoral e elaboradas a partir de uma decisão judicial.

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Evonete Matos, de 64 anos, mulher do compositor Nelson Sargento, foi uma das que passaram pela situação. Seu nome não constava em lugar nenhum. "Saí de casa só para votar, chego aqui e me deparo com essa situação. É lamentável. A gente costumava pagar as mensalidades para o Ivo (Meirelles) e na secretaria. Essa votação ficou muito confusa", lamentou Evonete, que afirmou ser sócia-contribuinte.
Evonete Matos, mulher de Nelson Sargento, não conseguiu votar | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Evonete Matos, mulher de Nelson Sargento, não conseguiu votar | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Evonete ainda tentou argumentar com o presidente da comissão eleitoral, o advogado Fernando César Leite, mas não teve jeito. Ela também tentou, em vão, votar pelo marido usando uma procuração, mas o documento não foi aceito. Nelson Sargento, que é presidente de honra da Mangueira, estava em São Paulo a trabalho. Os dois votos seriam para Chiquinho da Mangueira.
Com exceção dos sócios remidos, baluartes e membros do conselho superior, todos precisavam apresentar boletos de quitação de mensalidades conforme estabeleceu a decisão do juiz Rossidelio Lopes da Fonte, da 36ª Vara Cível. As três chapas, no entanto, divergiram em vários momentos sobre a listagem de eleitores, o que esquentou um pouco o clima dentro da quadra. Por diversas vezes houve discussão.
Candidato Chiquinho da Mangueira foi apoiado pela cantora Alcione | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Chiquinho da Mangueira, que foi apoiado por Alcione, é o novo presidente | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Chico Recarey passa por constrangimento
Apesar da organização e do acompanhamento da Justiça, a eleição da verde e rosa teve vários outros casos de pessoas que não conseguiram votar. Desfilante desde a década de 70, o empresário Chico Recarey, que chegou a ser enredo da escola em 1989, também não pôde votar. Ao descobrir que seu nome não constava na mesa, Recarey esboçou um sorriso tímido e foi acompanhar o fim do pleito fora da quadra.
Viúva do ex-presidente Carlinhos Dória, Nilza Dória também não estava na lista. Seu caso, no entanto, foi resolvido e a comissão permitiu que a baluarte votasse.
Chico Recarey não teve autorização para votar | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Chico Recarey não teve autorização para votar | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Movimentação na porta da quadra foi grande durante todo o domingo | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Movimentação na porta da quadra foi grande durante todo o domingo | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Baluartes em festa: Hélio Turco (E), de 80 anos, maior vencedor de sambas-enredo da Mangueira, festeja com Waldir Claudino, 75, filho de Maçu, um dos fundadores da escola | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia
Baluartes em festa: Hélio Turco (E), de 80 anos, maior vencedor de sambas-enredo da Mangueira, festeja com Waldir Claudino, 75, filho de Maçu, um dos fundadores da escola | Foto: Raphael Azevedo / Agência O Dia