Rio -  Sem dinheiro para contratar jogadores de pedigree, o Flamengo ganhou nesta sexta-feira o reforço de um vira-lata. Um cachorro, tão sujo quanto o nome do clube na praça, invadiu o coletivo no Ninho do Urubu. Mas nada que atrapalhasse a atividade comandada por Jorginho, que se mostrou compreensivo com a filosofia de pés no chão da diretoria, mas pediu contratações de atletas que tenham raça, como exige a tradição rubro-negra.
Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Jorginho volta a pedir reforços | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
"Nosso grupo é forte. Quando as coisas começarem a acontecer, vai melhorar, trazendo pontualmente jogadores que tenham isso de Flamengo, com raça e sangue nos olhos, mas com qualidade. Muitas vezes o jogador se acomoda. Isso não pode acontecer”, disse Jorginho.

Assim como a diretoria, que cavou fundo e descobriu um rombo de R$ 750 milhões nos cofres, Jorginho tenta, no faro, reconhecer o terreno onde pisa e os jogadores do grupo. Questionado sobre Ibson, que tem sido preterido nos últimos jogos, ele evitou avaliações individuais, mas deixou claro que as coisas precisam mudar.

“Eu não posso falar de nomes. O que eu posso falar é que existem algumas coisas que não podem ficar acomodadas, elas precisam acontecer. Não dá mais para aceitarmos. Acabei de conversar com alguns atletas. Todos os jogadores estão tendo as dívidasnegociadas, os direitos de imagem estão sendo parcelados e sendo pagos. A coisa está sendo séria, é um trabalho sério. Vou ser cobrado por isso”, afirmou.

Jorginho, que jogou no Flamengo entre 1984 e 1989, conhece o nível de exigência da torcida rubro-negra. Por isso, ciente da caótica situação financeira do clube, ele reivindica, pelo menos, que os jogadores contratados tenham comprometimento com o trabalho e que se cuidem fora de campo.

“Se com cinco, dez minutos, a equipe não tem a raça que tanto pedem, pode ter certeza de que fica difícil. A coisa tem que ser séria. Não tem jeito. Atleta que não tem compromisso com o clube, que não treina, que não cuida do corpo, não tem espaço. Hoje em dia não basta ter qualidade técnica, tem que ter um comprometimento grande com a sua imagem. Tem que ter uma cobrança”, completou.