Impasse na Favela do Metrô
Donos de oficinas de carros na Radial Oeste cobram promessa de polo automotivo
Rio - Após a difícil negociação do estado para retirar os índios da Aldeia Maracanã, a Prefeitura do Rio tem outro impasse na região para resolver. Comerciantes da Favela do Metrô, no Maracanã, estenderam faixas em frente às suas lojinhas de mecânica pedindo solução para a expectativa de remoção para outras áreas.
Boa parte da Favela do Metrô, no entorno do Maracanã, foi posta abaixo | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Segundo os lojistas, a proposta, feita há dois anos pelo então secretário de habitação Jorge Bittar, era de que o polo fosse construído no próprio local onde estava a comunidade, às margens da Avenida Presidente Castelo Branco. Na Favela do Metrô ainda moram 46 famílias que regularizam seus documentos para ter direito a um apartamento, já assegurado em Triagem.
As oficinas do local funcionam de forma precária: área será urbanizada | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
Entulho de mais de 500 casas demolidas ainda não foi retirado
Além da incerteza quanto ao futuro de seus lojas e de seus empregos, os comerciantes e moradores remanescentes da Favela do Metrô convivem com outro problema.
Funcionários e donos de oficinas colocaram faixa pedindo criação de polo | Foto: Severino Silva / Agência O Dia
As residências das 556 famílias de moradores removidos foram demolidas pela subprefeitura da Zona Norte, porém. Todo o entulho foi deixado no local. O espaço onde deveria ser construído o polo automotivo está repleto de lixo, pombos, ratos e até focos de dengue.
“Largaram isso aí assim. Cheio de entulho e lixo. Esse local, que é grande, poderia abrigar todos os comerciantes da região em boxes, mas está abandonado. O novo secretário não veio aqui conversar com a gente até hoje. Já faz quatro meses que ele assumiu. Tem quase um ano que ninguém nos procura. Ficamos tristes de vir aqui e ver só entulho e um monte de ratos. Nós queremos trabalhar, pagamos impostos, não somos bandidos. Temos família para sustentar”, contou Fredson Monteiro.
O subprefeito da Zona Norte, André Santos, foi procurado pela reportagem do DIA, mas não retornou as ligações para explicar o motivo de os entulhos ainda não terem sido retirados.
Reportagem de Athos Moura
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