Rio -  Se uma pessoa sem estudo, analfabeta funcional, passa a vida colhendo bananas e transportando-as nas costas até o depósito, seu salário será baixo, e o produto ao ser exportado, sem beneficiamento, também valerá muito pouco. No entanto, se outra pessoa que conseguiu fazer curso técnico de culinária e passou a comprar as bananas, beneficiando-as e transformando-as em doces, certamente conseguirá um salário maior porque o produto beneficiado pode ser vendido por um preço mais elevado.
Ocorre a mesma coisa se a matéria-prima for granito, mármore ou um mineral raro. Mudarão as especialidades. A questão central está no porquê de o preço poder ser mais alto. Tal fato não somente explica como também garante que tudo mudou para melhor por causa do curso de culinária, ou seja, por causa de mais educação.
A pequena fábrica ou mesmo o trabalho artesanal aplicado ao beneficiamento da banana movimentou série de setores da economia, a saber: consumo de açúcar, favorecendo a indústria açucareira; uso de papel para servir de embalagem; maior consumo de gás, o que incentiva a indústria do petróleo; contratação de pessoas para trabalhar e produzir e, por fim, o transporte.
Toda uma cadeia produtiva foi acionada e dinamizada por causa de um curso técnico de culinária. Fica claro, portanto, que quanto mais uma pessoa muda a sua competência, a economia muda com ela, todos se beneficiam e a região e as pessoas tornam-se mais prósperas.
É nesse sentido que se diz que a educação é um elemento transformador, e a falta dela, em determinados momentos da vida de um país, determinará o progresso ou a estagnação da economia.
Pedagogo e escritor