Rio -  Sete anos após seu início, o Projeto FX-2 pode, ainda este ano, sair do papel. O assunto em torno da compra dos 36 novos caças que vão modernizar e dar novo fôlego à Força Aérea Brasileira (FAB) ganhou visibilidade esta semana, durante a Feira Internacional de Defesa e Segurança (LAAD), que aconteceu no Riocentro, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio.
O assunto foi pauta durante a mostra que colocou lado a lado as três concorrentes: França, Estados Unidos e Suécia. As especulações sobre a compra dos aviões teve início quando a Boeing, fabricante dos caças F-18, Super Hornet, anunciou a instalação de um laboratório no Parque Tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Apesar das especulações sobre uma possível preferência do governo pelos caças americanos, dentro dos quartéis, os Rafale F3 franceses são os preferidos.
Na FAB, oficiais afirmam que nem a vinda da Boeing para o Brasil, nem a venda dos Super Tucanos para os EUA, devem mudar a situação de preferência pelo Rafale que, além da qualidade dos aviões, pontuaria o início da cooperação entre França e Brasil para a transferência de tecnologia.
RAFALE SAI NA FRENTE
A transferência de tecnologia tem proposta de cinco projetos em cooperação com 38 empresas, que geraria impulso significativo para a indústria brasileira aeroespacial e de defesa, com benefícios a longo prazo. Uma fonte da Coluna, ligada à Força Aérea Brasileira, comenta que os franceses já consideram a parceria fechada e estariam apenas aguardando a assinatura do acordo.
FAB EVITA ESPECULAR
Em comentário publicado na revista Notaer, da FAB, Juniti Saito, tenente-brigadeiro e comandante da Aeronáutica, disse que o Projeto F-X2 está em fase de decisão que envolve aspectos que vão além da própria Força Aérea. Ele ressalta que o governo federal faz uma análise bastante meticulosa sobre o assunto e acrescenta que tem certeza de que o caça escolhido será o melhor para o país.
GOVERNO FAZ MISTÉRIO
O governo federal parece não se importar com as especulações e mantém a lei do silêncio em relação ao tema. Questionado sobre o Projeto FX-2 na solenidade de abertura da LAAD, o ministro da defesa, Celso Amorim, disse que a decisão não passa pelo ministério e está nas mãos da presidenta Dilma. Além disso,afirmou que confia numa breve definição sobre o assunto.