Rio -  O Flamengo trabalha arduamente nos bastidores para arrumar a casa e as finanças. No primeiro momento, o foco da nova gestão foi pagar dívidas e tentar recuperar a credibilidade. O clube conseguiu as certidões negativas de débito (CND) e prioriza receitas para quitar compromissos, destaca Luiz Henrique Baptista, o Bap, vice-presidente de marketing.
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Bap tem metas ousadas para o projeto de sócio-torcedor | Foto: Divulgação
"Tomamos uma decisão ousada. Dos R$ 75 milhões captados nos primeiros meses de trabalho, destinamos cerca de 80% para o pagamento de dívidas. Foi algo entre R$ 58 e R$ 60 milhões", revela o dirigente em entrevista à Rádio Globo.

Bap ressalta a intenção da diretoria em pagar as dívidas. A auditoria contratada pelo clube apontou um rombo de R$ 750 milhões.

"O fato de termos procurado as autoridades e ter declarado de forma inequívoca que pretendíamos resolver as situações pendentes ajudou. Isso demonstrou boa-fé e nossa intenção no clube. Não adiantava gastar apenas no futebol. Se não resolver as dívidas, não tem futuro", garante.

O dirigente não vê tranquilidade para o futuro e alerta: é apenas o começo de tarefa árdua e complicada.

"O trabalho ainda está muito no início. Tão ou mais difícil que conseguir as certidões é mantê-las. Teremos de continuar pagando esse valor nos próximos anos. Em um orçamento para as próximas temporadas, sairemos com menos R$ 60 milhões em caixa todo ano", revela.

A solução dos problemas financeiros do Flamengo também passa pelo sucesso noprograma de sócio-torcedor. O clube já tem um pouco mais de 16 mil associados. E os planos são ambiciosos.

"Nossa projeção aponta para algo na casa de 80 mil sócios ao fim deste ano. Se atingirmos os 50 mil sócios, o torcedor passa a ser o maior patrocinador do clube. E temos de entender que não existe futuro sem isso", acrescenta Bap.