Rio -  Dois professoeres de jiu-jítsu, 30 crianças na fila de espera por não terem roupas apropriadas para treino e uma esperança. No Morro da Mineira, onde o DIA realizará o quarto debate da série "Rio, Cidade Sem Fronteiras", disposição e trabalho voluntário não faltam — o que falta é roupa para a criançada deixar de ficar à toa pela favela.
“Hoje temos aqui 50 crianças treinando em dois turnos. Mas ainda há 30 na fila. Uma pena”, diz Leonardo Ribeiro, 36 anos, voluntário no projeto que acontece no prédio da Associação de Moradores da Mineira.
Leonardo é voluntário no projeto de aulas de jiu-jítsu na Mineira | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Leonardo é voluntário no projeto de aulas de jiu-jítsu na Mineira | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
“No começo até treinamos sem quimono, mas jiu-jítsu é pegada, tem muito contato e as crianças muitas vezes se arranhavam ou rasgavam as roupas. Aqui é todo mundo pobre”, diz o mestre. Luiz Gustavo, de 13 anos, ficou dois meses na fila do quimono. Alto e forte, sonha com vôos mais altos como lutador, assim como Iayssa Barbosa, 12 anos.
“Sempre usei o mototáxi aqui e um dia o menino me falou da luta. Fui, gostei e me inscrevi. Fiquei feliz quando o quimono chegou”. Alguém se habilita a alegrar mais 30 crianças?