Minas Gerais -  Sob o claro desafio de conter a elevação dos índices que medem a inflação, a presidenta Dilma Rousseff disse ontem, em evento em Belo Horizonte, que o governo não vai precisar retomar as taxas de juros altas que eram utilizadas no passado. Segundo a presidenta, o país hoje tem a possibilidade de atacar a inflação com um patamar de juros bem mais baixos.
Foto: Divulgação
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“Nós jamais voltaremos a ter aqueles juros que em qualquer necessidade de mexida elevava para 15% porque estava em 12% a taxa real. Hoje nós temos uma taxa de juros real bem baixa”, disse a presidente, um dia antes de o Banco Central anunciar o nível da taxa básica da economia(Selic) para as próximas semanas.
Em março, na comparação com os últimos 12 meses, a inflação oficial medida pelo IBGE chegou a 6,59%, acima do teto da meta do governo (de 4,5% mais 2 pontos percentuais de tolerância para cima e para baixo do centro da meta), reforçando a pressão e a dificuldade do governo em segurar a alta de preços, apesar dos esforços (como a desoneração da cesta básica de alimentos). Assim, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleve a taxa Selic dos atuais 7,25% (o menor índice da história).
“Não negociaremos com a inflação. Não teremos o menor problema em atacá-la sistematicamente. Queremos que esse país se mantenha estável. A inflação corrói o tecido social, corrói para o trabalhador a renda, corrói para o empresário seu lucro legítimo. Isso não podemos deixar voltar”, finalizou Dilma.
Presidenta rebate ‘receio’ do FMI
Além da inflação, Dilma combateu o argumento pessimista do Fundo Monetário Internacional (FMI), que alertou ontem em relatório para a possibilidade de estagnação econômica do Brasil diante da alta de preços e baixo crescimento.
“Acredito que parte dessa história que vocês escutam é um pessimismo especializado, um pessimismo de plantão”, disse ela, que completou: “Vamos colher aquilo que plantamos e nós plantamos muitas sementes”.