Rio -  Portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (enfisema) precisam de paciência para encontrar um dos remédios mais utilizados para controlar o transtorno, o Duovent N. Após problemas de distribuição envolvendo o laboratório produtor, o medicamento está escasso nas prateleiras das farmácias do Rio.
Vítima do DPOC há cinco anos, a diarista Suely Rezende, 56 anos, conta que, desde o início do ano, não encontra o remédio. São necessários três frascos por mês e, segundo ela, omedicamento alternativo não tem o mesmo efeito no controle da doença.
A diarista Suely, que tem enfisema, está com dificuldade para trabalhar | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O dia
A diarista Suely, que tem enfisema, está com dificuldade para trabalhar | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O dia
Ela disse ainda que entrou em contato com o laboratório solicitando amostras, mas recebeu apenas um exemplar do produto. “Tenho somente 30% da capacidade pulmonar. Não consigo trabalhar com a mesma eficiência, pois fico muito cansada”, reclama.
O laboratório Boehringer Ingelheim do Brasil, que fabrica o remédio, alegou que o medicamento não foi suspenso e continua no mercado. Mas diz que fatores como a greve de funcionários da Anvisa, que afetou a importação do remédio, além de mudanças no sistema de gestão da empresa, prejudicaram a distribuição do Duovent N, em janeiro.
Segundo o laboratório, a situação será normaliza e, em caso de dificuldade, pacientes devem ligar para o número 0800 701-6633. O medicamento não é distribuído pelo SUS.
'Fumar é a maior causa'
Pneumologista da Uerj, Arnaldo Noronha alerta que vítimas da doença devem consultar o médico antes de trocarem de remédio. Segundo ele, em alguns casos, o Duovent N pode ser substituído pela combinação dos medicamentos Berotec e Atrovent, que possuem efeito semelhante.
O DPOC é uma doença que ataca o pulmão, dificulta a passagem do ar pelos brônquios e geraproblemas de respiração. “O DPOC não tem cura e a principal causa é o cigarro ou a inalação de fumaça de lenhas”, explica.