Rio -  Em 30 de abril, comemora-se o Dia da Baixada Fluminense. Nele, diversos segmentos culturais propõem celebrar com a sociedade os valores da região e discutir problemas atuais e estimular a autoestima da população. Haverá grande programação, em todas as cidades da região, por iniciativa de órgãos públicos e de toda e qualquer organização, principalmente aquelas que se dedicam às questões coletivas, sociais e culturais.
A data surgiu e foi aprovada em 9 de dezembro de 2000 em encontro da Comunidade Cultural da Baixada, na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Febf/Uerj). A data refere-se à inauguração, em 1854, da primeira Estrada de Ferro construída no Brasil e que ligava o Porto de Mauá (Estação Guia de Pacobaíba) à região de Fragoso, no pé da Serra de Petrópolis. O dia foi reconhecido oficialmente pela Lei 3.822 de 2 de maio de 2002, indicando que será comemorado obrigatoriamente em todas as escolas da rede estadual e em todas as repartições públicas estaduais localizadas na região.
Vive a Baixada momento importante. Aqui vivem cerca de três milhões e meio de habitantes. Até os anos de 1930, a população não passava de 350 mil. Crises econômicas e políticas internacionais fizeram emigrar estrangeiros e migrar brasileiros que viviam em situações diversas no interior do Brasil, como as secas e a desorganização do campo, em busca de oportunidades.
O crescimento industrial nas grandes cidades serviram de atrativo para povoar as periferias das capitais brasileiras. O Rio, capital da República, tinha atrativo maior. Morar na capital era o sonho de grande parte dos brasileiros. 
O povo que chegou, principalmente entre os anos 1930/1980, trazia a cultura da terra natal. Foram anos difíceis na adaptação. O migrante vem adulto e traz os sentimentos de sua terra. Tradições e costumes são elementos culturais forjados ao longo de centenas de anos e transmitidos de gerações a gerações — é a tradição. 
A Baixada do Século XXI é eclética, sincrética, plural e única no processo de interatividade social. Hoje, seu modus vivendi é o resultado de todo o processo de aculturação, não aqui adquirido, mas produzido dentro dessas múltiplas convivências entre diferentes povos.
Normalmente, são pessoas de baixo poder econômico que, ao mudar para distritos e municípios da Baixada Fluminense, se agregavam, formando verdadeiras comunidades que passavam a trocar experiências da cultura de sua terra natal. Nessa fase, o coronelismo é o modelo político que se instaura na região, imitando os senhores de terra nordestinos e mineiros.
Com a ebulição social dos 50 primeiros anos do Século XX, as manifestações culturais e religiosas se expandem, mesmo que de forma tímida. Diversas foram as tendências no folclore, principalmente nordestinas e mineiras. O reisado, o frevo, a religiosidade afro-baiana vão se cruzando de modo mais intenso formando grupos ou agremiações. A Baixada palpita de intensas atividades culturais. Participe do dia 30 de abril!