Rio -  Minha autoestima vai muito bem, obrigada. Mas tem hora que eu tendo a achar que, se até uma colunista novata como eu já sabe de uma história, não é possível que a Dilma não saiba. Tendo dito isso, ao trabalho. O deputado federal Miro Teixeira (PDT) vai pedir audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e chamar a atenção do bonitão para o monte de sinais de que o crime organizado passou a investir em campanhas para prefeitos pelo país — geral na bandidagem chama o esquema de ‘kit-prefeito’.
Foto: Arte: Nei Lima
Foto: Arte: Nei Lima
As pistas estão nas escutas da CPI do Cachoeira, em que o próprio, segundo Miro, cobra o cumprimento de promessas feitas por prefeitos eleitos com sua ‘ajuda’ de ‘entregar’ a determinadas empresas o serviço de coleta de lixo nas cidades. Por que lixo? Porque lixo é difícil de contabilizar, de quantificar, de fiscalizar, uai.
P.S.: Só eu lembrei do James Woods se jogando num caminhão triturador de lixo no final de ‘Era Uma Vez na América’? Foi mal quem não viu o filme.
TEM MAIS
Também há sinais de que os criminosos — incluindo milicianos — estão se espalhando pelo fornecimento de merenda. É assim: escolas de pequenos municípios, menos visados, declaram que têm turno integral e compram comida porque ‘precisam’ alimentar os alunos o dia inteiro, só que... não. A mentira rende um contrato melhor para as empresas do esquema, e a comida e o dinheiro desaparecem no contabilidade oficial. O Ministério daEducação já está de olho.
MUITO MAIS
Tem pista até, ainda segundo Miro, de desvio de verba na contratação de obras do PAC, menina dos olhos da presidenta. Prefeitos eleitos por conta da ‘ajuda’ do crime organizado andam ‘distraídos’ na hora de detalhar projetos com verba do PAC, mais ainda na hora de prestar contas. “É a milícia mudando de patamar”, diz o deputado.