Rio -  Uma das apostas do RJX, Bruninho tem a responsabilidade de ser um dos líderes da equipe na final da Superliga masculina, nsete domingo. O confronto com o Cruzeiro marca a primeira participação do time carioca na decisão do torneio, marcando especialmente a temporada do atleta. Aos 26 anos, Bruninho já tem cinco títulos da competição e tenta fazer o Rio ser campeão nacional 32 anos após a Atlântica Boavista, que tinha seu pai como jogador, ter faturado o troféu em 1981.

Ataque: Qual o balanço dos seis meses de volta ao Rio?
Bruno:  É especial fazer parte desse projeto, de um time em que a gente se deu muito bem. Quase toda a semana estou na casa dos meus avós e na do meu pai, com minhas irmãs. Tem os tios, os primos. Minha mãe vem para cá com mais frequência do que ia para Florianópolis.
Bruninho, levantador da seleção brasileira de vôlei, também compareceu ao evento | Foto: Danilo Carvalho/AgNews
Bruninho é uma das apostas para a final contra o Cruzeiro | Foto: Danilo Carvalho/AgNews
Jogar a final por uma equipe do Rio, no Maracanãzinho, é especial?
Acredito que cada ano tem a sua diferença, o seu sentimento especial. Faz trinta e poucos anos que o Rio não vence o Brasileiro e, pela final ser no Maracanãzinho, é uma motivação grande fazer com que o povo carioca volte a respirar o vôlei como nos anos 80.

Você já foi ouro no Maracanãzinho, no Pan 2007. Quais são as recordações?
Foi um conquista marcante, pelo momento que a gente passava, de provação para mim, depois do corte do Ricardinho, e para a Seleção também. Foi especial, com o ginásio lotado em todos os jogos.

Você pensa em ir tão longe no vôlei como a Fofão?
Eu sou fominha. Mas a Fofão é impressionante, com 43 anos, jogando em alto nível, sendo campeã brasileira. Se eu pensar que daqui a 17 anos eu estarei em quadra ainda... É uma vida, né? Eu penso em ir até os 38 pelo menos.

Você sofreu uma pancada na mão e torceu o tornozelo esquerdo. Foi uma temporada de superação?
Faz parte passar por lesões. A mão me incomodou e é o meu maior instrumento de trabalho. Tinha medo que pudesse ficar crônico. O pé foi num momento que acontece com qualquer jogador. A vontade de estar na quadra me fez recuperar o mais rápido possível.

Foi um tratamento intensivo para os playoffs?
Lembro que acordava de madrugada e falava: ‘Preciso fazer gelo’. Dormia com meia para não inchar o pé, dormia com o pé para cima e fazia piscina duas vezes por dia.

A disciplina ajudou?
Sou muito disciplinado. De repente, eu não sou o mais talentoso do mundo ou o mais habilidoso, como o Maurício foi, mas é na disciplina que vou conseguir me destacar.

Herdou o gosto pela leitura do seu pai?
Gosto. Estou lendo ‘Jogando para vencer’. É da série em que meu pai faz comentários dentro de um livro. Esse é de um técnico de basquete universitário dos EUA (John Wooden), que só ficava satisfeito se os jogadores se entregassem ao máximo. Tento chegar à noite, deitar a cabeça no travesseiro e saber que fiz tudo o que podia. E ganhei ‘O Leão da Toscana’.

Você chegou ao RJX ainda tentando digerir a derrota na Olimpíada?
O início foi complicado, fiquei um tempo bem arisco, ficava bravo por qualquer coisa. Era um pouco dos resquícios da Olimpíada. O que me ajudou foi um trabalho que vinha fazendo. É um pouco de ioga com alongamento, com o mestre Orlando Cani, que fiz até janeiro. Um lance de respiração que me ajudou para me acalmar, entender melhor e tirar alguma coisa positiva para trabalhar mais para me motivar para o futuro. Consegui nessa temporada me recuperar de alguma maneira da derrota e chego na decisão numa fase boa, feliz e pleno de tudo o que fizemos até agora.