Rio -  A construção do Arco Metropolitano, que vai ligar o porto de Itaguaí ao complexo petroquímico do Rio (Comperj), em Itaboraí, promete ser a redenção nas finanças dos municípios da Baixada Fluminense.

A malha rodoviária de 145 quilômetros, reduzindo custos de transportes de cargas, e os incentivos na redução de impostos são os principais motivos para que novas empresas se instalem na região, com geração de milhares de empregos. Só em Itaguaí estão previstos mais de R$ 50 bilhões em investimentos, com previsão de 20 mil empregos diretos.

“O Arco é o grande atrativo da Baixada, já que promete agilizar o transporte de cargas e reduzir o preço final dos produtos”, revela o secretário executivo da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio de Janeiro, Lédio Alencar. A obra terá seu trecho principal, de 71 km, ligando Itaguaí a Duque de Caxias, inaugurado em dezembro.
Arco Metropolitano promete reduzir custo de transportes. Primeira etapa fica pronta em dezembro | Foto: Fernanda Almeida / Divulgação
Arco Metropolitano promete reduzir custo de transportes. Primeira etapa fica pronta em dezembro | Foto: Fernanda Almeida / Divulgação
Em Itaguaí, a prefeitura espera receber mais de R$ 50 bilhões em investimentos. Alguns projetos são de importância vital para o estado, como o da siderúrgica CSA, que fará do Rio de Janeiro o principal estado no país na produção de aço.

Já o Comperj, em Itaboraí, receberá, sozinho, investimento de R$ 36 bilhões. A ampliação do Polo Gás-Químico, em Duque de Caxias, ao lado da refinaria Reduc terá, junto ao polo tecnológico do Coppe-UFRJ, investimento superior a R$ 2,3 bilhões.

Os polos beneficiarão municípios próximos, que já mostram aquecimento em suas receitas desde o anúncio de instalação das multinacionais L’Oréal e Coca-Cola em Duque de Caxias. Juntas, as empresas devem gerar mais 5 mil vagas.
Ampliação do Polo Gás-Químico, no complexo da Reduc, em Caxias, terá investimento de R$ 2,3 bilhões | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Ampliação do Polo Gás-Químico, no complexo da Reduc, em Caxias, terá investimento de R$ 2,3 bilhões | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
A possibilidade de redução do ICMS de 19% para 2% em municípios como Queimados, fez com que o número de empresas instaladas saltasse de sete para 22 em menos de três anos. Só a iniciativa privada investiu na cidade mais de R$ 1 bilhão, criando mais de 3 mil empregos.

Nova Iguaçu quer um polo industrial

O movimento migratório crescente de empresas e indústrias para a Baixada Fluminense fez com que a Prefeitura de Nova Iguaçu — cidade que não tem um pólo industrial — , passasse a procurar uma região apropriada para que as empresas possam se instalar.

”Já sobrevoamos a cidade duas vezes de helicóptero para localizar o ponto ideal. O estudo da área está levando em consideração a construção do Arco Metropolitano, visando uma área com entradas e saídas, que facilitem o escoamento das indústrias. Esperamos ter uma indicação da área para este ano”, prometeu o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier.

A prefeitura garante já ter dado início a uma parceria com a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), que promete atrair empresas para o município.

Senai qualifica mão de obra

Com cada vez mais empresas se instalando na Baixada, novos empregos diretos estão sendo gerados. Para atender à demanda, o Senai, integrante do Sistema Firjan, tem investido em cursos de profissionalização em 26 áreas industriais. A escola Senai de Caxias está sendo ampliada para capacitar ainda mais trabalhadores.

“Hoje, a escola conta com cerca de 2 mil alunos. Estamos construindo o terceiro andar para aumentar o número de vagas”, explica Regina Malta, gerente de educação profissional da Firjan. Entre 2009 e 2012, o número de horas/aula por ano no Senai passou de 12 milhões para 26 milhões.