Rio -  ‘Zeca Pagodinho 30 anos — Vida que segue’ é espécie de ‘Aquarela brasileira’ do cantor. Lançada em CD e DVD, a gravação ao vivo alinha regravações de sambas de diversos estilos e épocas. Evoca o projeto de gafieira do cantor, pelo uso de metais em alguns arranjos, mas o que dilui o caráter trivial de ‘Vida que segue’ é a boa pesquisa de repertório feita por Carlos Savalla.
Zeca Pagodinho canta com Marisa Monte | Foto: Alex Palarea / Ag. News
Zeca Pagodinho cantou com Marisa Monte | Foto: Alex Palarea / Ag. News
Zeca dá voz a alguns sambas esquecidos como ‘Se eu errei’ (Humberto de Carvalho, Francisco Netto e Edu Rocha) e ‘Eu agora sou feliz’ (Jamelão e Mestre Gato). São os números em que o DVD ganha cores vivas. Quando Zeca rebobina sambas batidos, como ‘Trem das onze’ (Adoniram Barbosa), os tons da ‘aquarela’ ficam pastéis.
Nem a presença ilustre de Paulinho da Viola em ‘Foi um rio que passou em minha vida’ impede o samba de soar ‘déjà-vu’. Leandro Sapucahy põe vigor em ‘Batuque na cozinha’ (João da Baiana). Já o bandolim de Hamilton de Holanda e o violão de Yamandú Costa desviam ‘Gosto que me enrosco’ (Sinhô) de seu trilho amaxixado, renovando o samba. Entre altos e baixos, vida que segue.