Rio -  Prática recorrente, principalmente durante epidemia de dengue, mas que traz uma série de malefícios à saúde, a automedicação será controlada por lei no estado. Foi publicada, nesta segunda-feira, a norma que determina a Campanha de Conscientização e Combate à Automedicação, com o objetivo de alertar a população sobre os riscos do uso de remédios sem prescrição.
A lei, do deputado Luiz Martins (PDT), prevê ainda a ‘Semana de Conscientização e Combate à Automedicação’, com palestras educativas, propaganda em rádio e TV e distribuição de folhetos. As ações serão desenvolvidas pelo governo, que pode solicitarajuda do Procon e de outras entidades. “Queremos convencer as pessoas da importância de se procurar um médico, em vez de acatar a opinião de farmacêuticos. É melhor procurar atendimento e ter a segurança do que se está tomando”, disse.

Os antibióticos só devem ser usados em casos de infecções mais sérias | Foto: Banco de imagens
Efeitos adversos do uso de medicamentos sem receita podem ser graves | Foto: Banco de imagens

Na emergência do Hospital Balbino, que coordena, a médica Liliane Guimarães encontra todo os dias alguém que consumiu medicamento sem indicação. Ela lembra que o processo de prescrição do remédio inclui o conhecimento do histórico do paciente e diagnóstico da doença, por meio de exames.
“A pessoa conhece a própria história, mas não tem critérios técnicos para saber qual é melhor tratamento e dosagem, por isso os riscos são grandes”, alerta. Entre as substâncias mais usadas estão analgésicos, antitérmicos, antibiótics, calmantes e antidepressivos. Segundo Liliane, a prática é mais comum em casos de dengue, já que o pacitente, muitas vezes, não quer enfrentar as filas do hospital. “O problema é utilizar um medicamento de forma contínua sem saber se a substância é a mais indicada”, disse.
Em casos de altas doses de medicação em curto intervalo, alerta a médica, pode ocorrer intoxicação por medicamentos, que pode levar a morte.  
Reportagem: Beatriz Salomão