Minas Gerais -  A prisão de uma mulher — acusada de tráfico de drogas — que fez parte do júri que condenou o ex-goleiro Bruno pelo assassinato de Eliza Samudio pode abrir caminho para uma possível anulação do julgamento.
O goleiro no terceiro dia de julgamento, no Fórum Criminal de Contagem (MG) | Foto: Divulgação
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A acusada, de 28 anos, foi presa no dia 5 desse mês, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Depois de receber uma denúncia anônima, a polícia achou no bar em que a acusada trabalhava seis pequenos tubos com um pó branco e uma lista com muitos nomes.
Segundo o advogado Tiago Lenoir, que defende o goleiro Bruno, se a Polícia Civil e o Ministério Público comprovarem o envolvimento da acusada com tráfico de drogas à época do julgamento, este pode ser anulado, já que poderia comprometer a imparcialidade do corpo de jurados. Para Lenoir, a formação do júri deve obedecer o artigo 436 do Código de Processo Penal, que prevê que os jurados devem ser cidadãos de “notória idoneidade”.
A prisão da mulher será mais um artifício usado pela defesa do goleiro no pedido de habeas corpus, que tem julgamento marcado para a próxima terça-feira, dia 23, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Bruno, que cumpre pena na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, no dia 8 de março deste ano, pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filhoBruninho.